domingo, 6 de maio de 2018

O oriente e o futuro dos concertos de música clássica

A exemplo do que ocorre com a indústria fonográfica, em especial com o ramo da música clássica ou erudita, também o universo dos concertos apresenta, em todo o mundo, inclusive na Europa, um franco declínio do público tradicional e nativo dos países que deram origem ao gênero.
Mas o consumo da música clássica vem se revigorando, pra mim surpreendentemente, com o crescente interesse dos orientais pelo gênero e pelas obras dos grandes mestres. China e Japão vêm, a cada ano, revelando ótimos intérpretes (ou solistas) que já se destacam nas temporadas das grandes orquestras europeias.
Além disso, por experiência própria, tenho observado um aumento substancial da afluência desse público nas salas de concerto, e mesmo nos eventos em museus e ao ar livre, em cidades como Paris, Berlim e Viena.
Boa parte do público presente na Konzerthaus de Viena, onde estive em junho passado, era formada por japoneses, ocupando, em sua maioria, os melhores e mais caros lugares da sala (plateia), uma prova inegável do prestígio que vêm dando a esses espetáculos. O próprio site oficial da Orquestra Filarmônica de Viena está disponível em alemão, inglês e...japonês, o que reflete a importância desse público para a sobrevivência das orquestras, mesmo as mais prestigiadas do mundo.
Enfim, o futuro (se houver) da música clássica como produto cultural pode depender da conquista e da consolidação do público oriental, evitando que tudo isso não passe de mera curiosidade ou modismo.
A propósito, a impressão que eu tive em minha visita a Viena é que metade dos turistas que circulavam pela cidade era formada por japoneses e chineses. Eles amam a Europa, até mais do que eu. E são muito mais bem-vindos porque gastam muito mais!




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