segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A melhor música de "Os Miseráveis"


Confira o vídeo e a tradução da melhor música do filme "Os Miseráveis" (tudo bem, há controvérsia). É claro que a produção oferece outras belas canções já consagradas, mas foi com essa que eu mais me emocionei. 
Poucas vezes vi (ou ouvi) letra e música combinarem tão bem a serviço de uma mensagem. No final arrebatador do filme, todos nos sentimos irresistivelmente convocados a participar da revolução.



Ouves o povo a cantar?
Cantando a canção dos homens raivosos
Essa é a música de um povo que não será escravo novamente
Quando os batimentos do seu coração ecoam com os batimentos dos tambores
Há uma vida que se iniciará quando chegar o amanhã

Se juntará a nossa cruzada, quem será forte e seguirá comigo?
Além das barricadas há um mundo para ver?
Então una-se a essa guerra que te dará o direito de ser livre

Ouves o povo a cantar?
Cantando a canção dos homens raivosos
Essa é a música de um povo que não será escravo novamente
Quando os batimentos do seu coração ecoam com os batimentos dos tambores
Há uma vida que se iniciará quando chegar o amanhã

Você se entregará por completo para que nossa tropa possa avançar?
Alguns morrerão e outros viverão; você se levantará e agarrará essa chance?
O sangue dos mártires regará os campos da França

Ouves o povo a cantar?
Cantando a canção dos homens raivosos
Essa é a música de um povo que não será escravo novamente
Quando os batimentos do seu coração ecoam com os batimentos dos tambores
Há uma vida que se iniciará quando chegar o amanhã

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Uma vaga lembrança


Minha irmã vive fazendo relatos detalhados de episódios ocorridos em nossa infância em Cascadura, onde moramos por duas décadas, antes de nos mudarmos para Vila Isabel.
Com uma memória prodigiosa, ela se lembra de tudo e de todos, e sempre que somos informados da morte/acidente/doença de um antigo colega, amigo ou vizinho ela desanda a citar fatos e nomes do passado, dos quais não guardo qualquer recordação.
Infelizmente, desde criança, tenho uma memória extremamente seletiva, que teima em só registrar fatos e pessoas diretamente ligadas ao meu cotidiano ou às passagens mais marcantes de minha vida, desprezando solenemente os demais acontecimentos, que eu chamo de periféricos. Eu acho que, em alguma medida, isso acontece com todo mundo, mas comigo o processo parece ser radical, a ponto de me deixar em situações constrangedoras.
Uma delas ocorreu há alguns anos. Por iniciativa própria, consegui reunir quatro amigos que não via há exatos 30 anos. Eram três colegas da Escola Técnica e a irmã de um deles, que todos conheciam bem por causa dos trabalhos de grupo que fazíamos na casa de um e de outro, durante os três anos do curso. Após esse longo período, eu estava ansioso para revê-los, pois guardava (ainda) algumas lembranças daqueles anos dourados do 2º grau.
Inicialmente, foi possível estabelecer um bate-papo agradável sobre os acontecimentos da época. Aos poucos, uma lista infindável de nomes e fatos, alegres ou dramáticos, foram recuperados pelos quatro, sempre enriquecidos por detalhes curiosos e, algumas vezes, picantes a respeito dos protagonistas. O problema é que, a cada vez que me perguntavam - lembra disso ?, aumentava meu constrangimento por não recordar nada daqueles episódios supostamente tão memoráveis. Com o passar do tempo, era cada vez maior a impressão de que estavam diante de um impostor, e não mais do Ecio que todos conheceram um dia.
O fato é que, ao final do encontro, a única coisa da qual eu tinha certeza mesmo era que os conhecia, embora não estivesse mais tão certo de onde ou como exatamente.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

"Os Miseráveis" ganha bela versão cinematográfica


Esse garotinho (Daniel Huttlestone), no papel de Gavroche, aparece por escassos minutos (ou nem isso!) no excelente musical "Os Miseráveis", em cartaz nos cinemas, ao lado de celebridades como Hugh Jackman, Russel Crowe e Helena Bonham Carter. E não faz feio, brindando a todos com uma atuação impressionante para a pouca idade. Pra mim, saiu-se melhor do que Russel Crowe, que deve estar até hoje tentando "encontrar" o personagem. 
As canções são belíssimas, em especial a que encerra o filme (Do You Hear The People Sing?), cantada por todo o elenco, numa performance arrebatadora. Vale o ingresso!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

130 anos de morte de um gênio da música


Ontem, dia 13 de fevereiro de 2013, foi o 130º aniversário de morte de Richard Wagner, compositor que, ao lado de Bach, Mozart e Beethoven, figura entre os maiores de todos os tempos. 
A despeito de sua estupidez ideológica, que o levou a difundir sistematicamente, já no século XIX, o sentimento antissemita, responsável, mais tarde, pela trágica experiência nazista da II Guerra, o compositor desempenhou um papel fundamental na história da música, colocando em prática, dentre outros novos conceitos, um modelo de espetáculo chamado por ele mesmo de Gesamtkunstwerk, ou obra de arte total, que faz uso da associação de diferentes expressões artísticas (música, canto, dança, teatro e artes plásticas) numa única apresentação.
Como ressaltou um grande amigo, também fã do compositor, não se pode ignorar o contexto histórico em que Wagner externou suas ideias racistas, considerando que o antissemitismo era manifesto e francamente tolerado na sociedade alemã do século XIX.
Em minha opinião, porém, nem isso "absolve" o genial compositor de suas ideias equivocadas e destrutivas, embora, obviamente, não seja razoável responsabilizá-lo pelo genocídio cometido pelos nazistas quase 1 século mais tarde.
Uma questão ainda controversa é em que medida as teorias racistas de Wagner terminaram por impregnar os libretos que escreveu para suas óperas. Ideologias à parte, porém, o que conta mesmo é a excelência de suas obras, que atravessam gerações encantando (e extasiando) os amantes da boa música.

                                       

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Maracanã, o estádio de 1 bilhão de reais!!


Todos os dias passo em frente ao Maracanã quando volto do trabalho e sempre penso no custo astronômico das obras da reforma, que deve chegar próximo a 1 bilhão de reais. Admito que há muito tempo venho defendendo a ideia de modernização do estádio, mas nunca a esse preço.
É uma cifra indecente para uma cidade tão carente de infraestrutura. Escolas e hospitais com instalações precárias, esgoto a céu aberto, bueiros explodindo, calçadas esburacadas e transporte público ineficiente integram uma coleção extensa de mazelas que os cariocas enfrentam historicamente com irritante resignação. 
E com tanto por fazer, estamos todos nos preparando para sediar e patrocinar (sim, há muito dinheiro público envolvido) Copa do Mundo e Olimpíadas, as duas festas mais caras do mundo. Pra mim, isso não faz o menor sentido.  


sábado, 2 de fevereiro de 2013

Steven Spielberg, o legítimo Peter Pan do cinema



Assisti mais uma vez, ontem, a "Cavalo de Guerra", de Steven Spielberg, e não consegui apagar a primeira (e má) impressão que tive com o filme quando assisti no cinema. 
Como já havia comentado anteriormente, tudo muito bem feito e no devido lugar (a fotografia é belíssima!!), o que não surpreende já que o cineasta trabalha sempre com os melhores profissionais, mas a história maniqueísta, sentimental e piegas, repleta de personagens virtuosos (e alguns vilões desalmados), não deixa dúvidas sobre o autor da obra. 
Steven Spielberg, inegavelmente, figura entre os maiores realizadores da indústria cinematográfica. Sob o ponto de vista artístico, porém, é um cineasta que se recusa a crescer, persistindo com a abordagem de temas pueris e melodramáticos. Pode-se dizer que Spielberg, aos 66 anos, é o legítimo Peter Pan do cinema.
Resta saber se "Lincoln", filme com mais indicações ao Oscar deste ano, e que estreou no Brasil na semana passada, nos revela um diretor mais amadurecido e antenado com a realidade. A conferir!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

"Frankenstein", por Patrick Doyle

O vídeo abaixo apresenta a música da cena de criação da noiva de Frankenstein, no filme dirigido por Kenneth Branagh, em 1994. 
A história, já contada mil vezes no cinema (ou quase isso), não acrescenta muita coisa, mas a trilha sonora composta por Patrick Doyle é brilhante. Em tom épico e grandiloquente, o score reforça a narrativa frenética adotada no filme, o que pode ter desagradado a muitos apreciadores do clássico romance de Mary Shelley. Confesso que também não morro de amores pelo filme, mas a música é certamente um dos destaques da produção, sendo representativa da melhor fase da carreira do compositor.