domingo, 31 de março de 2013

GNT estreia 4ª temporada de "Downton Abbey"



Estreia na próxima 5ª feira (10 de abril), às 22:30, no GNT (41/541HD), a tão aguardada 4ª temporada da série inglesa "Downton Abbey", vencedora dos prêmios Emmy e Globo de Ouro. 
A aclamada produção, sucesso de audiência na Grã-Bretanha e nos EUA, onde é transmitida pela rede pública PBS, retrata a vida na propriedade dos Crawleys (Condes de Grantham), a partir de 1912, exatamente na manhã do naufrágio do Titanic, que vitimou integrantes da família. 
Além de um excelente elenco, que inclui a veterana Maggie Smith, a série (gravada em alta definição) conta com texto e direção de arte impecáveis, com destaque para a reconstituição de época, para as locações no interior da Inglaterra e para o imponente palácio da família. 
Quem assistiu e gostou das 3 primeiras temporadas pode também se deliciar com o livro "O Mundo de Downton Abbey", de Jessica Fellowes, lançado no Brasil pela Editora Intrínseca, em edição de luxo, que conta todos os detalhes da produção, incluindo um painel social do período retratado (família, sociedade, trabalho, moda, romance etc.) e, é claro, elenco e bastidores.




sábado, 30 de março de 2013

"O Triunfo da Música" e a emancipação dos compositores


O historiador britânico Tim Blanning analisa em "O Triunfo da Música" as circunstâncias históricas que permitiram, ao longo dos últimos séculos, a ascensão e a emancipação de músicos e compositores, de Bach e Liszt a Elton John e Mick Jagger, antes submetidos aos caprichos de autoridades públicas e eclesiásticas. 
Se hoje estão subordinados ao gosto, duvidoso ou não, do mercado, pelos menos uma boa parcela deles adquire fortuna e o status de celebridade, o que pode lhes conferir maior liberdade de atuação e criação. 
Uma leitura indispensável para os profissionais e amantes de música, de qualquer gênero.

sexta-feira, 29 de março de 2013

George Fenton, o compositor dos documentários


George Fenton, compositor inglês de trilhas sonoras ("As Loucuras do Rei George", "Ana e o Rei", "Ligações Perigosas", "Um Grito de Liberdade", "Memphis Belle - A Fortaleza Voadora", "A Companhia dos Lobos" etc.), tem uma carreira de mais de 40 anos no cinema, mas acabou se consagrando mesmo com obras dedicadas a documentários para a televisão, produzidos por BBC e Discovery Channel.
Fenton compôs trabalhos memoráveis para as séries "Planeta Azul" (2001), "Planeta Terra" (2006) e mais recentemente para "Planeta Gelado" (2011), documentário que mostra os polos norte e sul do planeta, suas belas paisagens geladas e a fauna típica dessas regiões. 
O vídeo abaixo apresenta o majestoso tema de abertura criado para "Planeta Azul", que traduz perfeitamente a grandiosidade do universo dos oceanos que cobrem 70% da superfície da Terra.


domingo, 24 de março de 2013

Prokofiev no cinema francês


Conheci essa música há mais de 20 anos, assistindo ao filme "Eu sou o senhor do castelo" (1989), sobre dois meninos em disputa por afeto e atenção (bem, a história é mais do que isso), tendo como cenário uma bela propriedade no interior da França. 
Em minha ignorância, pensei que era uma composição feita originalmente para o filme e passei a buscar o LP (ainda não havia cd) com a trilha sonora em todas as lojas especializadas, principalmente as finadas Gramophone e Modern Sound, que costumavam importar essas preciosidades para aqueles que se dispunham a pagar alto pela encomenda.
Não havia internet e levei algumas semanas, ou meses, para descobrir que a música (Dança dos Cavaleiros) não era original e sim extraída do balé "Romeu e Julieta", composto pelo russo Sergei Prokofiev (1891 - 1953) e inspirado, é claro, na famosa peça de Shakespeare. 
Após essa experiência, procurei ouvir tudo do compositor e encontrei outros belos trabalhos, como a trilha sonora para o filme russo "Alexander Nevsky" (1938), dirigido por Eisenstein, e as sinfonias nºs 1 (sinfonia clássica) e 5. 

domingo, 17 de março de 2013

A crise econômica europeia e o "ovo da serpente"



Os colegas quase conseguiram "abafar" o triste gesto nazista do jogador Giorgos Katidis, do AEK Atenas, após fazer o gol da vitória do seu time, mas a intenção ficou evidente. O pior é que se trata de um jovem de apenas 20 anos, o que requer tratamento exemplar.
O fato é que esse roteiro já é bem conhecido. Sempre que a economia vai mal, e não é por acaso que o episódio ocorreu na Grécia, ressurgem os velhos e recorrentes fantasmas europeus (xenofobia, racismo, intolerância etc). 
Como afirmou o escritor inglês Mark Mazower em seu livro "Continente sombrio - A Europa no século XX", de 1998, mesmo após mais de 50 anos do fim da II Guerra, o "ovo da serpente" ainda não havia sido totalmente destruído no continente, apesar dos evidentes avanços democráticos obtidos com o processo de consolidação da União Europeia, ao longo da segunda metade do século. Receio que pouca coisa tenha mudado nos últimos 15 anos, desde a publicação de sua obra.

sábado, 16 de março de 2013

Eleitos por Deus?

Lendo esse artigo (link abaixo) sobre os quatro jovens brasileiros recém-admitidos no Instituto de Tecnologia de Massachussets - MIT, que costuma ser rigoroso na seleção de novos alunos, lembrei de um comentário interessante de Sir Kenneth Clark, renomado escritor e historiador de arte inglês, falecido em 1983. 
Em seu livro "Civilização" (1969), que mais tarde se transformaria em memorável documentário da BBC (infelizmente não lançado até hoje em mídia digital), o autor afirma acreditar na existência de indivíduos que realmente são dotados de gênio por Deus, e que valoriza a sociedade que lhes proporciona as condições para a plena realização de suas habilidades. 
É possível que esse seja o caso de Gabriel, Ivan, Lara e Renato, mas só o tempo dirá. De qualquer maneira, que Deus os ilumine em suas promissoras jornadas.

http://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/03/referencia-em-tecnologia-mit-admite-quatro-brasileiros-para-graduacao.html

quinta-feira, 14 de março de 2013

Malcolm Arnold e a melhor tradição inglesa


Seguindo a tradição dos grandes melodistas ingleses, como Ralph Vaughan Williams, Gustav Holst e Edward Elgar, o mestre Sir Malcolm Arnold, falecido em 2006, aos 84 anos, compôs esse tema memorável para a versão televisiva de 1969 de "David Copperfield", romance autobiográfico de Charles Dickens.
Pena que não encontrei link para o melhor trecho da obra, que pode ser apreciado nos minutos finais do filme, incluindo os créditos. Mas eu tenho o cd com o score completo, comprado no exterior e, claro, guardado com muito carinho.

domingo, 10 de março de 2013

Pi enfrenta seu maior desafio


Mychael Danna ganhou o Globo de Ouro e o Oscar pela trilha sonora de "As Aventuras de Pi". "God Storm" é a música que acompanha uma passagem importante da jornada de Pi, na qual o personagem enfrenta uma gigantesca tempestade em alto-mar, que pode representar sua salvação definitiva, caso sobreviva, ou seu fim. 
É certamente um dos momentos mais emocionantes do filme, e a música de Danna está à altura.

sábado, 9 de março de 2013

Ressurgindo das cinzas?


Nos últimos anos, os lançamentos de cds em lojas físicas têm se tornado cada vez mais escassos, restando ao consumidor apenas a internet para a aquisição desse tipo de produto. E se já está difícil encontrar variedade de cds de música pop no mercado brasileiro, imagina os disquinhos com as trilhas sonoras de filmes, artigos que inegavelmente vendem pouco.
Por isso mesmo, este início de ano tem sido bastante animador para os brasileiros que apreciam scores orquestrais de cinema, uma de minhas maiores paixões (se não a maior!). Nas últimas semanas, encontrei nas lojas os cds das trilhas sonoras de "007 - Skyfall", "Os Miseráveis", "Lincoln" e "As Aventuras de Pi", esta última obra vencedora do Globo de Ouro e do Oscar. 
É pouco, muito pouco, comparando com o mercado americano, mas já é um alento, considerando o habitual desprezo das gravadoras nacionais por essa modesta fatia do mercado. 
Será o último suspiro de um moribundo ou seu ressurgimento das cinzas?





quarta-feira, 6 de março de 2013

Civilização e Barbárie




O livro "O Senhor das Moscas", de William Golding, publicado pela primeira vez em 1954, após ser recusado por 21 editoras, é uma obra que trata das relações humanas em situações extremas, longe das regras de convivência em sociedade.
Faz alguns meses, assisti em dvd à segunda adaptação da história para o cinema, produzida em 1990 (a primeira, mais fiel à narrativa original, foi lançada em 1963). Mais recentemente, após assistir aos filmes "Notas sobre um Escândalo", que faz uma pequena referência ao romance, e "O Nevoeiro", com temática semelhante, voltei a pensar nas intrigantes questões levantadas pelo livro de Golding. 
No romance, depois da queda de um avião no mar, um grupo de crianças consegue alcançar uma ilha deserta, sem haver, porém, perspectiva imediata de resgate. Com o passar do tempo, cada uma passa a contar apenas com o próprio instinto para sobreviver, sem a interferência dos adultos, mortos no acidente. 
É claro que os conflitos não demoram a aflorar. A maioria dos garotos faz uso crescente da violência na defesa de seus interesses, com a intimidação sistemática dos mais fracos e suscetíveis. Alguns poucos lutam para manter os mais nobres valores da civilização (solidariedade, compaixão etc), pagando um preço altíssimo por isso, até com a própria vida. 
No geral, é possível afirmar que o autor defende a tese de que a natureza humana é irremediavelmente selvagem, e que a fronteira entre o bem e o mal, entre a civilização e a barbárie, é tênue e não resiste a situações-limite. 
Seria mesmo a coerção (leis, regras etc) o mais forte fundamento da nossa civilização?