terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Copa do Mundo e a impunidade no Brasil



Já li várias vezes que os lucros previstos para a FIFA com a realização da Copa do Mundo no Brasil são enormes e sem precedentes. Conclui-se, portanto, que a entidade máxima do futebol mundial é capaz de tudo por dinheiro, até mesmo cometer a temeridade de realizar uma Copa do Mundo em nosso país. 
Não se trata de "complexo de vira-lata". É notório que (ainda) não temos a seriedade e a responsabilidade necessárias para dar conta de um evento desse nível. A desorganização que acompanhamos nos últimos anos com os preparativos da Copa (custo ampliado e atraso das obras dos estádios, cancelamento de obras relativas à mobilidade urbana nas cidades-sede, construção, por motivos políticos, de estádios em cidades sem tradição de futebol etc.) demonstra isso claramente, culminando com essas cenas de barbárie registradas domingo no estádio em Joinville, sem a presença do efetivo policial necessário. Tem violência entre torcedores em outros países? Tem, mas na maioria deles, principalmente na Europa, os bandidos, via de regra, são identificados e exemplarmente punidos. E aqui, o que acontece? São presos e logo aparece um advogado com um habeas corpus debaixo do braço liberando os infelizes. Se condenados mais tarde, o acerto com a sociedade acaba se resumindo ao pagamento de duas ou três cestas básicas e o cumprimento de um leve trabalho comunitário. É pouco, muito pouco!


sábado, 7 de dezembro de 2013

A subestimada contribuição de Clif Eidelman para Star Trek




O score de Cliff Eidelman para "Star Trek VI" é possivelmente o mais subestimado de todos os compostos para a saga estelar no cinema. 
Acredito que o alto padrão estabelecido por Jerry Goldsmith com o seu já clássico tema para o primeiro filme tenha contribuído para relegar esse ótimo trabalho de Eidelman ao injusto ostracismo. É uma pena porque a suíte final do cd está à altura dos melhores scores escritos para a franquia, incluindo os de Jerry Goldsmith e de James Horner. 

Procurando Shakespeare


O solene, e por vezes sombrio, score escrito por Howard Shore para "Ricardo III - Um Ensaio" (1996), documentário dirigido por Al Pacino, é uma pequena amostra do que o compositor ofereceria anos mais tarde com a música para a trilogia do "Senhor dos Anéis", seguramente sua grande obra-prima para o cinema. 
É uma bela trilha sonora para um filme quase experimental de Al Pacino em sua única (que eu saiba) experiência como diretor no cinema. Por meio de entrevistas reais com companheiros de profissão durante um ensaio para a encenação de "Ricardo III", e também com o público nas ruas de Nova York, Al Pacino, que atua no filme, procura revelar a complexidade das peças de Shakespeare, além das dificuldades encontradas em sua montagem.


Verdadeiro estadista



Alguns preferem "estadistas" capazes de "fazer alianças com o diabo" na defesa de um projeto de poder supostamente a serviço do bem comum, conforme definição do filósofo espanhol José Ortega y Gasset e de muitos brasileiros "esclarecidos".
Eu, modestamente, ainda acredito que os verdadeiros (ou legítimos) estadistas são aqueles que conseguem unir um país inteiro em torno de um ideal de conciliação nacional, superando ressentimentos seculares e o sectarismo ideológico. É o caso do já saudoso Nélson Mandela, falecido nessa semana. O mundo, e não apenas a África do Sul, vai sentir muita falta desse homem extraordinário. Que Deus o tenha (e nos abençoe!).

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

James Horner reciclado




Com a trilha sonora de "Avatar", de 2009, aqui representada por uma bela suíte, James Horner resgatou um pouco do jovem e talentoso compositor das décadas de 1980 e 1990, responsável por trabalhos memoráveis como "Aliens - O Resgate", "Willow na Terra da Magia", "Lendas da Paixão", "Coração Valente" e "Star Trek II - A Ira de Khan". 
Horner é competente como poucos para musicar histórias e desfruta, merecidamente, de um grande prestígio em Hollywood, mas há anos que só oferece mais do mesmo. É certamente um dos compositores que mais praticam o autoplágio no cinema. A música de "Avatar" é um exemplo disso, pois reúne bons momentos de algumas de suas composições mais criativas em toda a carreira.