domingo, 6 de maio de 2018

Em nome do "Mercado"

Para quem ainda se escandaliza ao saber do apoio de grandes empresas alemãs como BASF, Lufthansa, Siemens e Volkswagen, dentre outras, ao esforço de guerra do regime nazista, essa história de colaboração e cumplicidade entre os maiores estúdios de Hollywood (MGM, Warner Brothers, 20th Century-Fox, Universal etc.) e os nazistas, nos anos que antecederam o conflito, pode fazer corar de vergonha até o mais cínico de plantão.
Na defesa do mercado para os filmes americanos na Alemanha e no mundo, os executivos de Hollywood, em sua maioria judeus, se curvaram sistematicamente às exigências dos nazistas, alterando roteiros e suspendendo produções que não fossem do agrado de Hitler. Tudo isso antes mesmo do início das filmagens. Os nazistas chegaram ao cúmulo de impor uma lista de artistas, técnicos e roteiristas judeus ou simpatizantes que não poderiam, sob qualquer pretexto, participar de novas produções americanas. Caso os estúdios não se submetessem a isso, e os filmes fossem efetivamente realizados com a participação desses profissionais, a exibição da obra em qualquer lugar do mundo provocaria a suspensão imediata das atividades do estúdio responsável no território alemão.
Uma verdadeira infâmia, considerando as exigências estúpidas e o próprio conhecimento que a comunidade cinematográfica da época já tinha do regime ditatorial e antissemita que se instalara na Alemanha naqueles anos.




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