sábado, 5 de setembro de 2015

Eu sou neto de imigrantes!


Essa crise migratória que afeta gravemente a Europa nos últimos dias me sensibiliza particularmente. Sou neto de imigrantes europeus (Portugal e Espanha), que chegaram ao Brasil, até onde eu sei, pobres e em busca de melhores oportunidades na vida. Embora o contexto fosse outro, já que não eram refugiados de guerra, eles vieram de países pobres do continente, especialmente minha saudosa avó Evangelina, procedente da Galícia, até hoje uma das regiões mais carentes da Espanha. Não tenho detalhes de como ela chegou até aqui, mas duvido muito que tenha vindo de 1ª classe e com fartos recursos. Sua história certamente não difere muito da trajetória de tantos imigrantes que, ao longo do século XX, atravessaram países e fronteiras na tentativa legítima de conquistar uma vida melhor, para si e para os familiares. 
Por tudo isso, me solidarizo com os refugiados na Europa, muitos acompanhados de crianças pequenas e até bebês, principalmente com aqueles procedentes de regiões em conflito, como Síria, Afeganistão e Iraque, que não tinham mesmo outra alternativa, a não ser fugir. Espero que encontrem generosidade e compreensão em sua difícil jornada por terras estrangeiras, em busca da sobrevivência e da felicidade, este último um artigo cada vez mais raro no mundo louco em que vivemos.
Finalmente, é preciso ressaltar que apenas fechar fronteiras e reprimir a imigração ilegal, como alguns países do leste europeu vêm fazendo, é o mesmo que enxugar gelo. A solução, a médio e longo prazo, passa por iniciativas que promovam a estabilidade política e o desenvolvimento econômico e social nas regiões de origem dessas legiões de imigrantes. É a alternativa mais sustentável, ainda que de implementação complexa e demorada, para minimizar essa tragédia humanitária que já matou milhares de pessoas nos últimos anos.

Milhares de imigrantes decidem ir a pé de Budapeste (Hungria) até a fronteira com a Áustria