domingo, 6 de julho de 2014

Futebol, Copa do Mundo e o poder da FIFA



Sempre tive minhas diferenças com o futebol, principalmente por causa da irracionalidade que domina boa parte dos torcedores, capazes de reações estúpidas em defesa do time do coração, mas é preciso admitir que só mesmo o futebol produz situações como a participação verdadeiramente épica da seleção da Costa Rica nesta Copa do Mundo.
Um time que reúne jogadores em sua maioria desconhecidos no mundo "estrelado" do futebol foi capaz de ganhar de seleções tradicionais e campeões mundiais como Uruguai e Itália, além de empatar com a Inglaterra, outra campeã do mundo, sendo eliminada invicta da competição somente após a disputa de pênaltis contra a poderosa Holanda. 
Não, não há esporte no mundo que permita que tamanha diferença de prestígio (e por vezes técnica) seja reduzida ao mínimo em confrontos diretos numa competição. É certamente por isso que o futebol encanta multidões (ou bilhões!) no mundo inteiro. E agora, pelo que tenho lido, até os norte-americanos, sempre relutantes a se render a qualquer coisa que não lhes seja familiar, estão sendo definitivamente seduzidos pelo velho esporte bretão, ou "soccer", como se referem ao futebol que se pratica no resto do mundo. A foto abaixo mostra o estádio de Chicago lotado de torcedores para acompanhar pelos telões o jogo entre EUA x Portugal, que teve maior audiência nas tv americanas do que as finais da NBA (basquete) e da World Series (beisebol), esportes que se constituem em verdadeiras instituições culturais americanas. 
A FIFA detém os direitos de exploração comercial do evento mais popular e lucrativo do mundo contemporâneo. Das capitais mais ricas do ocidente às regiões mais remotas e pobres do planeta, quase ninguém consegue ficar indiferente aos jogos da Copa do Mundo, independentemente de onde se realize. Pela riqueza e pelo patrimônio que administra, A FIFA se constitui, portanto, numa instituição mais poderosa do que muitas corporações capitalistas e governos nacionais, o que, para o bem e para o mal, torna o futebol um assunto muito mais sério do que costumamos admitir.