quinta-feira, 30 de maio de 2013

De Hollywood a Viena, por Bruce Broughton


A trilha sonora "From Time to Time", composta por Bruce Broughton para o filme 'Timekeeper', produzido especialmente para exibição nos parques da Disney, é usada aqui como fundo musical para uma pequena montagem reunindo cenas antigas de Hollywood, concluída com a transição de imagens aéreas da capital do cinema para a bela e majestosa Viena dos dias de hoje. 
Broughton sabe como poucos estimular nossa imaginação, levando-nos de volta à infância e a um mundo de fantasia e encantamento que só o cinema é capaz de proporcionar.
A performance, de apenas 2 minutos, é da ORF Radio-Symphony Orchestra, de Viena, conduzida por John Axelrod, e faz parte do "Hollywood in Vienna", evento realizado todos os anos na capital austríaca, destinado a prestigiar os compositores, mortos ou vivos, mais consagrados desta arte tão especial que é a música de filmes.

domingo, 26 de maio de 2013

Os anos dourados de John Williams


No vídeo acima, a Radio-Symphony Orchestra, de Viena, conduzida por John Axelrod, executa (e muito bem) um trecho clássico do score de "Star Wars", obra-prima de John Williams, compositor que me iniciou nesse mundo maravilhoso das trilhas sonoras de filmes. 
A partir de "Star Wars", lançado em 1977, passei a prestar mais atenção nos trabalhos do compositor, que no mesmo ano foi responsável pela música de "Contatos Imediatos do Terceiro Grau", outra belíssima obra que, com o passar dos anos, acabou ofuscada pela sucesso estrondoso obtido pela mítica saga estelar criada por George Lucas. 
Apenas cinco anos mais tarde, em 1982, John Williams comporia outro score inesquecível para "E.T. - O Extraterrestre", de Steven Spielberg. Certamente, aqueles foram os anos dourados da carreira do compositor. 

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Mahler reverencia Wagner

"Diante da música de Wagner, só o silêncio é possível"

Soube ontem à noite dessa declaração do compositor Gustav Mahler (1860-1911), assistindo à edição especial do programa Starte, da Globo News, que contou um pouquinho sobre a vida e a obra de Richard Wagner, em homenagem aos 200 anos de nascimento do polêmico compositor alemão. 
É claro que a música de Wagner já inspirou incontáveis afirmações dessa natureza, tamanha a sedução que provocou nos amantes de música de várias gerações, mas essa de Mahler, outro grande mestre, é precisa e realmente brilhante.
O vídeo abaixo oferece um pequeno trecho do prelúdio do 1º ato da ópera "Lohengrin", com a Orquestra Filarmônica de Berlim, sob a regência de Sir Simon Rattle, e dá bem uma ideia do poder inebriante da música de Wagner.


sábado, 18 de maio de 2013

De volta para o passado com Alan Silvestri



"De Volta para o Futuro" está certamente entre os trabalhos mais importantes da carreira de Alan Silvestri, compositor de longa carreira em Hollywood, mas com resultados nem sempre satisfatórios. Os scores para os três filmes dirigidos por Robert Zemeckis nos anos 80 (o último lançado em 1990) representam a fase mais criativa do compositor e, inegavelmente, fazem parte da própria identidade da trilogia. Quem não associa a música aos filmes já nos primeiros acordes?
Silvestri à parte, a verdade é que tenho saudade da década de 80, que representou a consolidação de uma nova época de ouro para as trilhas sonoras orquestrais, iniciada nos anos 70, em especial com os trabalhos de John Williams para "Tubarão", "Guerra nas Estrelas" e "Contatos Imediatos do Terceiro Grau". 
O vídeo apresenta a execução do tema principal de "De Volta para o Futuro" pela ORF Radio-Symphony Oschestra, de Viena, conduzida pelo próprio Alan Silvestri.


sábado, 11 de maio de 2013

Todos os ângulos de Paris

O livro "Au-Dessus de Paris", de Robert Cameron (fotos) e Pierre Salinger (textos), é uma seleção de grandes fotos aéreas de Paris e arredores, que revela a beleza do traçado e da arquitetura da capital francesa. Um verdadeiro must para todos os amantes da cidade luz. Publicado pela primeira vez em 1985, o livro fez sucesso instantâneo e alcançou 7 edições, todas já praticamente esgotadas. No Rio, é preciso ter a sorte de encontrá-lo em algum sebo, onde adquiri o meu exemplar nesta semana, ainda em ótimo estado. 
Já "Paris Doisneau" e "Robert Doisneau", lançados respectivamente pela Cosac Naify e pela Taschen, reúnem centenas de fotos em preto-e-branco do lendário Robert Doisneau, publicadas ao longo de décadas do século passado em revistas famosas como Vogue, Life e Paris Match. Os livros mostram Paris de maneira singular, e por vezes comovente, retratando flagrantes do cotidiano de pessoas comuns em sua relação com o espaço público e a arquitetura da cidade. Trata-se de sofisticadas crônicas visuais, permeadas de lirismo e nostalgia. Imperdíveis!





quinta-feira, 9 de maio de 2013

A crise econômica e a "ressaca" espanhola


Acompanho atentamente os acontecimentos na Espanha desde a primeira visita que fiz ao país, em 1995, para conhecer meus primos de Barcelona. Nesse período, é notório que a Espanha experimentou uma fase de crescimento econômico invejável e sem precedentes em sua história recente. Esse enriquecimento, decorrente, em grande parte, do ingresso do país na União Europeia, em 1986, beneficiou a maioria da população, inclusive os mais pobres, propiciando fortes investimentos sociais (saúde, educação, infraestrutura etc) e uma melhor distribuição da riqueza nacional. Tudo que vi, li e ouvi em todos esses anos me leva a acreditar que a Espanha viveu até 2008, quando foi deflagrada a crise econômica que se estende até hoje, sua verdadeira "Belle Epoque". Foram anos consecutivos de prosperidade que mudaram o perfil do país, aumentando a qualidade de vida da população e atraindo legiões cada vez maiores de imigrantes, na maioria latinos e africanos, em busca de melhores oportunidades. 
Lamentavelmente, o que foi construído com grande esforço e dedicação pelas últimas gerações está sendo ameaçado com a continuidade da crise econômica. Lendo o noticiário, tenho a impressão (que os primos me corrijam se eu estiver errado) de que as atuais lideranças políticas não estão à altura do desafio que a Espanha enfrenta nesses tempos sombrios, o que pode comprometer seriamente seu futuro. Para piorar, o governo, na tentativa de superar a recessão e reduzir o déficit público, vem promovendo a cada ano cortes substanciais também no orçamento da educação, o que provocou a realização, hoje, de uma greve geral do setor em todo o país. 


quarta-feira, 8 de maio de 2013

Richard Wagner e as contradições do espírito humano


Por mais que eu renegue as ideias sociais e os ideais estéticos de Richard Wagner, expressões claras de uma megalomania patológica e delirante, é impossível resistir ao poder de sedução de sua música. O fato é que a vida e a obra do compositor constituem a mais perfeita síntese das contradições do espírito humano.
Já foi dito/escrito muitas vezes, após a morte de Wagner, que apreciar seu legado musical tornou-se, para muitos, uma verdadeira religião. Exageros à parte, ficamos mesmo inclinados a absolver esse homem de todos os seus pecados ao ouvir, por exemplo, sua música para a ópera "Tristão e Isolda".

domingo, 5 de maio de 2013

Trabalho voluntário, um dos maiores legados da Copa do Mundo



Estamos a pouco mais de 1 mês do início da Copa das Confederações no Brasil (15 de junho), um evento-teste promovido pela FIFA que reúne as seleções nacionais campeãs continentais, realizado no país que sediará a Copa do Mundo no ano seguinte. 
Em função disso, aproximadamente 7 mil brasileiros estão sendo selecionados em todo o país para o trabalho voluntário destinado a receber e orientar turistas e torcedores nacionais e estrangeiros nos aeroportos, nas proximidades dos estádios e nos pontos turísticos tradicionais de cada cidade-sede do evento. Conheci esse trabalho na Alemanha, durante a Copa de 2006, e confesso que fiquei impressionado com a hospitalidade dos jovens voluntários alemães, indicando sempre as melhores opções para os turistas, nas saídas das estações de trem e metrô, na entrada dos estádios etc. Esse contato com pessoas do mundo inteiro é uma atividade nobre que auxilia na formação da cidadania e aproxima os povos e culturas diferentes, além de representar, principalmente para os mais jovens, valorização do currículo e novas oportunidades profissionais. Certamente, este é um dos maiores legados proporcionados por eventos grandiosos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. E espero que o Brasil, que tem um povo reconhecidamente gentil e hospitaleiro, dê um bom exemplo para o mundo.
A propósito, reproduzo abaixo uma mensagem enviada aos amigos brasileiros e alemães, logo após meu retorno ao Brasil, em 2006, na qual me refiro à maneira como fui recebido pelos alemães durante o período de realização da Copa do Mundo no país.

Não posso deixar de registrar os sentimentos que me envolvem neste último dia da Copa. Meus amigos mais próximos conhecem a grande simpatia que tenho pela Alemanha. Apesar de brasileiríssimo, nascido e criado no Rio de Janeiro, desde adolescente me interesso pela Alemanha e tudo o que diz respeito aos germânicos, não só por suas qualidades e potenciais, destacadamente a arte, a cultura e a organização, mas também pelo drama que marcou seguidas gerações, em função do deplorável papel protagonizado pelos nazistas na II Guerra. Mas isso é um outro assunto, que não cabe aqui aprofundar.
Há alguns anos, tive a oportunidade de fazer amizade com dois alemães muito especiais. Armin e Almut vivem em Heidelberg e Stuttgart, respectivamente, e cada um deles, a seu modo, me ajudou a compreender um pouco mais a alma e a mente do povo alemão, embora, em minha opinião, isso seja uma tarefa para uma vida inteira (ou várias!).
Recentemente, por ocasião do início da Copa, estive mais uma vez na Alemanha para visitá-los, e também a Cristina, uma grande amiga brasileira que vive por lá. Em meus passeios pelo país, foi possível perceber claramente o esforço dos alemães para escrever uma nova história de suas relações internas e com o mundo. Em todos os lugares por que passei, das grandes cidades às aldeias da Baviera, sempre fui recebido com carinho e hospitalidade, atitude que reflete uma profunda conscientização do povo, no sentido de resgatar a dívida produzida pelo país no passado. Além disso, foi possível perceber o resgate de símbolos nacionais, até então frequentemente associados a um período sombrio da história alemã. Foi comovente ver crianças e jovens exibirem orgulhosamente as bandeiras da Alemanha em carros, bicicletas e janelas, escrevendo um capítulo novo da história do país, sem o peso da culpa carregada por gerações anteriores. Se cada um de nós tem o direito de errar, se redimir e seguir em frente, por que não uma nação inteira?
Por tudo isso, rendo minhas homenagens à Alemanha, ao seu povo e, particularmente, ao Armin e à Almut, meus grandes amigos, ainda que distantes. Agradeço, principalmente, por ter tido a oportunidade, na companhia de ambos, de testemunhar esse momento histórico para a nação alemã. Estou convicto de que me tornei uma pessoa melhor com essa experiência, e espero estar à altura do desafio de transmitir aos que me cercam as belas lições que o país me proporcionou.



sexta-feira, 3 de maio de 2013

Bernard Herrmann e o tema de amor para "Um Corpo que Cai"

Para muitos, o americano Bernard Herrmann foi o maior compositor de trilhas sonoras para o cinema.
Para alguns, e não poucos, sua música para "Um Corpo que Cai", de Alfred Hitchcock, é o melhor score de todos os tempos, e não só para filmes de suspense.
Para mim, o tema de amor desse filme, composto integralmente para instrumentos de cordas (violinos, violas, violoncelos etc), é o mais elegante e majestoso (não necessariamente o mais bonito) que já ouvi no cinema.
Confira o tema no vídeo abaixo, apresentado pela Orquestra Filarmônica de Los Angeles, sob a regência de Esa-Pekka Salonen.