segunda-feira, 19 de junho de 2023

Os meninos do Marais

 

Essa história eu conto de novo porque justamente hoje, dia 19 de junho, o episódio completa 15 anos!
Quando estive em Paris em 2008, encontrei (ou me encontraram) esses quatro garotos na Place des Vosges, no Marais, tradicional bairro judeu da cidade. Ao me verem com a camisa do Brasil, desandaram a falar de futebol, citando vários jogadores brasileiros da época. Ao me despedir, insistiram para que eu os fotografasse. Mais tarde, já longe dali, percebi que a foto tinha ficado ótima.
De volta ao Brasil, resolvi fazer quatro cópias na esperança de que pudesse revê-los em nova visita a Paris. Dois anos depois, de fato, retornei à cidade e fui ao local na tentativa de encontrá-los e entregar as fotos, mas, infelizmente, não obtive sucesso.
Passados tantos anos, torna-se impossível reencontrá-los (ou reconhecê-los!). Fica a lembrança de um momento singular entre tantos outros que vivi em minhas viagens.
Estejam onde e como estiverem, que Deus os abençoe!!

Gentileza gera gentileza?

O Facebook me fez lembrar agora dessa história com o "velhinho" belga!
No longínquo 1998, em Bruges (Bélgica), um velhinho já com seus 80 anos, me vendo ali perdido com mala no chão e mochila nas costas, ao passar por mim, sorri e aponta para o ônibus que se aproxima, indicando por gestos que é justamente o ônibus que eu devo pegar para a estação de trem. Já atrasado, não tenho dúvida e pego o ônibus, que me deixa na estação ainda a tempo de embarcar no trem para Amsterdã.
Nunca me esqueci daquela gentileza, acompanhada de um sorriso sincero que "fotografei" na minha mente e carrego para sempre.
Lá se vão 25 anos. Ele não deve estar mais entre nós, mas deixou uma "sementinha" que procuro cultivar ao longo da vida.
É assim mesmo, pequenos gestos ou episódios podem até mesmo ser mais poderosos em nossa formação do que momentos de conquistas e celebração.


Viena e a ruptura com o "classicismo" nas artes!

 

Muita gente associa Viena a óperas de Mozart e valsas de Strauss (pai e filho), mas, há pouco mais de 1 século, a capital austríaca já foi considerada de "vanguarda". É verdade que Viena já há muito deixou de dar as cartas no ramo das artes, mas na virada do século XIX para o século XX a cidade tornou-se palco da "Secessão", um movimento iniciado na Alemanha (Munique e Berlim) e, em seguida, estabelecido em Viena (1898) por um grupo de artistas liderados por Gustav Klimt, onde se propagou em resposta aos padrões acadêmicos e conservadores predominantes na época.
No mesmo período, também floresceu na cidade a chamada "Segunda Escola de Viena", movimento musical integrado por um grupo de compositores "modernistas" (Arnold Schoenberg, Alban Berg, Anton Webern etc.), que se caracterizou pelo emprego do atonalismo e do dodecafonismo na música, linguagens até hoje apreciadas apenas por parcelas reduzidas de melômanos. Após 100 anos, linguagens musicais ainda de vanguarda ou definitivamente "sepultadas"?
O fato é que Viena, uma cidade que parece sempre voltada para seu passado glorioso como capital de um império e da música clássica, já teve também seus dias (ou anos) de vanguarda nas artes, apontando novos caminhos e inspirando movimentos artísticos e musicais. Hoje, quem caminha pelas ruas centenárias da cidade ainda percebe no ar um certo orgulho pelo passado imperial e rica herança cultural, refletidos nos monumentos que dominam seu centro histórico.
Se os artistas de vanguarda de nossos dias já não se inspiram no que acontece em Viena, ao menos não podem ignorar tudo o que a capital austríaca representa para a arte ocidental.

A tragédia humanitária do nosso tempo!

Mais uma tragédia envolvendo migrantes/refugiados na travessia do Mediterrâneo em direção à Europa, um problema antigo que parece sem solução.
Comprei esse livro (foto) em Madrid, em 2003, numa de minhas visitas aos primos espanhóis.
Na época, o movimento migratório em direção à Europa rica, procedente do leste europeu e também do norte da África e da América Latina, tinha a Espanha como um de seus principais destinos, por conta da excelente fase econômica que o país atravessava naquele período.
Eu mesmo, em minhas seguidas visitas à Espanha, fui testemunha do rápido enriquecimento do país nos anos de 1990 e 2000, interrompido com a crise de 2008 que afetou o mundo inteiro.
O livro aborda o fenômeno migratório e sua repercussão nas sociedades contemporâneas, descrevendo as dimensões política e econômica da imigração e os desafios sociais decorrentes da formação de sociedades caracterizadas cada vez mais por diversidade étnica e cultural. Claro, não falta também uma análise do papel da Espanha nos fluxos migratórios, antes como país emissor e mais recentemente como receptor.
Uma ótima análise que carece, por óbvio, de uma atualização, considerando que o problema migratório recrudesceu nos últimos anos, atingindo em maior grau a Ásia, o Oriente Médio e o próprio continente europeu.
Com a invasão da Ucrânia pela Rússia, que vai completar 16 meses no próximo dia 24, vimos o deslocamento crescente de ucranianos para países fronteiriços, em especial para a Polônia, embora seja um movimento de motivação e natureza distintas das ondas migratórias originárias de regiões mais pobres do planeta.
Considerando o provável ressurgimento das desconfianças e hostilidades típicas do período da "guerra fria", a tendência é que esse século seja marcado por frequentes e trágicos movimentos migratórios.


O papel das redes sociais no mundo da pós-verdade!

 

Um jovem escritor (Karim D), imigrante argelino, faz enorme sucesso com um livro em que conta a história sofrida dos imigrantes na França.
Paparicado pela mídia e pelo público em geral, vê tudo isso ruir ao descobrirem suas mensagens extremistas nas redes sociais (sob o pseudônimo Arthur Rambo), em que promove o ódio aos judeus, aos gays e às minorias.
Impactante e ao mesmo tempo constrangedor...
Roteiro, direção e performance impecáveis.
Um filme extremamente atual sobre o papel das redes sociais na vida de todos nós.
Mas é preciso dizer que o filme é muito mais do que isso.
Não toma partido do extremista Arthur Rambo nem do "integrado" Karim D, e nos faz pensar seriamente em nossas próprias contradições.
Muito bom!!

Europa, em meio a conflitos frequentes, um continente em busca da paz!

Curioso e trágico como o continente europeu tem sido por séculos palco das maiores carnificinas da história.
Parece que a barbárie encontrou ali terreno fértil para se instalar e florescer como erva daninha ou mesmo maldição ancestral.
A criação da "União Europeia", a despeito das diferenças e dos interesses nacionais, continua sendo uma tentativa louvável no sentido de promover uma era duradoura de paz no continente. Um desafio e tanto para uma região do planeta que revela uma triste vocação para a beligerância.
Impossível não pensar nisso após assistir ao documentário "Os Carrascos de Stalin - O Massacre de Katyn", que trata da execução de 22.000 poloneses pelos soviéticos durante a II Guerra. Uma barbárie atribuída aos nazistas por décadas e só admitida por Gorbachev mais de 40 anos depois do fim do conflito.


Kubrick, um visionário!

 

"2001 - Uma Odisseia no Espaço" (1968), o visionário filme de Stanley Kubrick que já antecipava o papel revolucionário da Inteligência Artificial e das máquinas em nossa civilização, teve um score original composto pelo mestre Alex North ("Spartacus", "Cleópatra" etc.), mas que acabou rejeitado pelo diretor.
Com os prazos apertados para concluir a produção, a pressão sobre o compositor foi imensa, o que o levou a sofrer um colapso nervoso justamente no dia da gravação.
Mas Kubrick não gostou do score e resolveu usar música clássica (ou pré-existente), com destaque para a valsa "Danúbio Azul", de Johann Strauss II, e para o poema sinfônico "Assim falou Zaratustra", de Richard Strauss, obra que acabou se tornando popular após o filme.
Comprei o cd numa liquidação da Galeria Kaufhof, tradicional loja de departamentos da Alemanha. Estava ali à minha espera em meio a dezenas de cds clássicos a preços populares.

Picasso e a obra emblemática do século XX!

O ataque japonês a Pearl Harbor, em dezembro de 1941, foi tratado por Franklin Roosevelt, presidente americano, como uma verdadeira infâmia.
Justo, justíssimo, mas infâmia maior foi o bombardeio da pequena cidade basca de Guernica por italianos (Mussolini) e alemães (Hitler), com a autorização igualmente infame do ditador Franco, em plena guerra civil espanhola (1936-1939). O intenso ataque aéreo, que serviu de teste para novos armamentos de guerra do nazi-fascismo, destruiu completamente a cidade, provocando a morte de centenas de civis.
Franco entregou o destino de seu povo em seu próprio território nas mãos de assassinos/genocidas estrangeiros, numa das páginas mais tristes e ignóbeis da história recente da Espanha.
O célebre quadro de Picasso (na foto, observado por uma criança) concluído meses depois do bombardeio e exposto no Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, de Madrid, retrata os horrores produzidos por aquelas horas de covardia e infâmia de 26 de abril de 1937.


Meu "castelo" favorito!

 


Estive em muitos castelos, palácios e fortalezas em minhas viagens à Europa nos últimos 28 anos. Nenhum deles foi capaz de provocar o impacto que tive ao visitar o Real Monastério de San Lorenzo de El Escorial, a 60km de Madri, erguido por Felipe II no final do século XVI, durante o "Século de Ouro" espanhol.
Os pontos altos do monumento são a gigantesca basílica, o panteão dos reis, onde se encontram sepultados reis e nobres espanhóis, e a indescritível biblioteca. E tudo, quase 500 anos depois, em excelente estado de conservação, constituindo um legítimo motivo de orgulho para o povo espanhol.

Michael Tippett e o testemunho de um tempo sombrio

Em 1923, com apenas 18 anos, ao ver num filme túmulos de jovens soldados britânicos mortos na I Guerra, Michael Tippett saiu do cinema aos prantos, comovido com o destino trágico de tantos jovens recém-saídos da infância.
Aquelas imagens o inspirariam 20 anos depois, em plena II Guerra, a compor (texto e música) o oratório "Uma Criança de Nosso Tempo", para solistas, coro e orquestra, uma de suas obras mais pessoais e testemunho comovente de dois conflitos que abalaram a Europa no século XX.
Nesse cd, que garimpei hoje à tarde no sebo da Saens Pena, o próprio Tippett conduz orquestra e coro da cidade de Birmingham em 1991, aos 86 anos, em sua última gravação. Um documento histórico e verdadeiro testamento artístico de um homem marcado profundamente pelas tragédias de seu tempo.


Não tem preço...

 


"É melhor presenciar algo uma vez do que ouvir sobre isso milhares de vezes" - Provérbio asiático.
Por pura sorte (e talvez oportunidade histórica), comecei a viajar justamente quando o real valia muito. Na primeira viagem, em 1995, o real valia mais do que o dólar e continuou valorizado por muito tempo. Naquela época, até a Europa era acessível para os brasileiros.
Nos últimos anos, com a crise econômica, incluindo dois períodos de recessão, o cenário mudou, dificultando ou encarecendo viagens para o velho continente.
Aproveitei muito bem os melhores anos da economia brasileira para realizar um sonho de infância, conhecer a Europa, experimentando algumas das maiores emoções que tive na vida. Atravessei o continente de um jeito que mesmos os turistas endinheirados não costumam fazer. De trem, de carro e até de bicicleta, visitei cidades grandes e pequenas e dezenas de aldeias no interior de vários países, incluindo algumas que nunca tinham visto um brasileiro, como ocorreu duas vezes no interior da Baviera.
Me perdi de carro na Croácia e nos alpes austríacos, fui à praia na Bósnia e Herzegovina, cheguei à capital de um país sem saber que estava no país, testemunhei a realização de uma Copa do Mundo no país-sede, peguei carona em ônibus escolar da R. Tcheca para a Alemanha, por duas vezes, quase dormi no carro por falta de hospedagem...
Enfim, nenhum dinheiro paga por isso. Não foi apenas uma questão de disponibilidade de recursos, mas de oportunidade, e isso não tem preço!

A agenda de um gênio...

O austríaco Stefan Zweig (1881-1942) foi um dos maiores escritores e intelectuais da primeira metade do século XX. Judeu, com a ascensão do nazismo, refugiou-se no Brasil nos anos 1930 e se apaixonou pelo país.
Esse livro precioso, que encontrei hoje em estado de novo num sebo de rua aqui em Vila Isabel, reproduz (em fac símile) os últimos dois anos da agenda de Zweig, revelando os amigos com os quais se correspondeu no período.
O livro inclui também breves biografias desses amigos, entre eles o maestro italiano Arturo Toscanini e o escritor alemão Thomas Mann.
Particularmente, tenho profunda identificação com a visão humanista de Stefan Zweig, que sucumbiu à barbárie produzida pelas duas grandes guerras que devastaram a Europa e a Áustria de sua infância.
Ele nunca se recuperou disso, tirando a própria vida num pacto de morte com a esposa Zweig Lotte, em fevereiro de 1942, quando morava em Petrópolis.



Um filme singular e assustador!

 


"O Reflexo do Mal" (1990), de Philip Ridley e estrelado por Viggo Mortensen ainda em início de carreira, é um misto de drama, suspense e terror a serviço de uma história sombria sobre a maldade e a perda da inocência. Tudo isso acompanhado por uma brilhante trilha sonora composta por Nick Bicât, de longa carreira na televisão britânica.
A produção, uma espécie de fantasia gótica, ganhou prêmios em vários festivais, mas circulou apenas por circuitos alternativos de exibição. Os temas abordados são indigestos (vampirismo, abuso infantil, fanatismo religioso etc.), mas o que prevalece é a impressão final de uma obra inquietante sobre a complexa e ambígua natureza humana.
O filme passou várias vezes na Net muitos anos atrás e nunca foi lançado em mídia no Brasil, mas permaneceu em minha memória por sua narrativa incomum de uma história pra lá de intrigante. Pois em 2020 (descobri agora!), em plena pandemia e trinta anos depois de produzido, o dvd do filme foi finalmente lançado por aqui, com imagem e som restaurados e sem qualquer campanha promocional.
Uma joia raríssima para quem aprecia o cinema que não faz concessões à indústria e ao gosto popular.
A verdade é que só soube disso agora acessando o site da Amazon. Um filme singular há muito aguardado para integrar minha coleção.

Papa Francisco, um homem do seu tempo!

Tenho profunda simpatia pelo Papa Francisco.
Esse excelente filme que acabo de assistir no canal Studio Universal, dirigido pelo alemão Win Wenders, revela sua visão ecumênica e progressista em relação às maiores questões do nosso tempo (pobreza, desigualdade, meio ambiente, xenofobia, respeito à diversidade etc.).
Francisco é um Papa que, a despeito de seus compromissos com uma Igreja milenar e conservadora, é capaz de enxergar e dialogar com todos de seu tempo, sem julgar ou discriminar aqueles que lhe são diferentes.
Mais do que uma lição de cristandade, uma verdadeira lição de vida!!


Herança perdida?

 


"Professores, vocês nos envelhecem!!", gritavam os estudantes em Paris no "mítico" maio de 1968!
Nada mais revolucionário ou libertário.
Afinal, que legado greves e manifestações estudantis ocorridas há 55 anos em Paris, e que se alastraram pelo mundo, inclusive no Brasil, deixaram para as novas gerações?
O documentário "No Intenso Agora", que passa agora no canal Curta, sugere uma reflexão sobre isso.
Na França, De Gaulle saiu fortalecido...
No Brasil, a ditadura radicalizou...
Mas as ideias nunca morrem!
Ecos do passado...
O bairro de "Quartier Latin", onde está localizada a Universidade de Sorbonne, naturalmente, foi o palco principal das manifestações de maio de 68 em Paris.
Quase todas as vezes em que estive na cidade, foi ali que me hospedei.
Com ruas, bares, livrarias e sebos  frequentados, de dia e de noite, majoritariamente por estudantes, ainda percebo no bairro ecos de um período em que a utopia ousou desafiar a velha ordem!

Mendelssohn, um compositor talentoso "ofuscado" por sua única obra popular!

A primeira vez que li sobre a vida de Felix Mendelssohn, nascido em 03 de fevereiro de 1809, resolvi ouvir sua segunda sinfonia, composta aos 31 anos, apenas para relembrar a obra, que conta também com vozes (solistas e coral). Não deu pra parar. Acabei ouvindo até o fim, uma hora depois.
Mendelssohn, assim como Mozart, foi um músico prodígio. Compôs sua primeira sinfonia aos 15 anos e com apenas 16 escreveu a famosa "Marcha Nupcial" que embala 9 em cada 10 casamentos.
Mendelssohn morreu muito cedo, com 38 anos, e sua obra, banida pelos nazistas pela origem judaica do compositor, passou décadas no esquecimento e ausente das salas de concertos. Ainda hoje, é rara a inclusão de uma obra de Mendelssohn nos programas das orquestras mais conceituadas. A exceção é justamente sua marcha nupcial, uma obra juvenil que se tornou sinônimo de casamentos e que atravessa os séculos.
Essa segunda sinfonia, por incorporar canto, a exemplo da nona de Beethoven, é singular e revela um compositor ainda reverente ao classicismo que o precedeu, mas já plenamente integrado ao período romântico que caracterizaria a primeira metade do século XIX.


Viajar é preciso...

 


Certa vez, uma amiga me perguntou por que eu gosto tanto de viajar...
Eu teria ficado horas tentando explicar, mas acho que uma ideia sintetiza o que mais me motiva a viajar.
Nesses quase 30 anos, não encontrei nada que me proporcionasse tanto autoconhecimento, em especial meus verdadeiros valores, interesses, "vícios" e "virtudes". Tudo isso, claro, resultou em maior autoestima, empatia e também humildade perante os outros e a própria vida.
A motivação inicial, o que nos leva a sair pelo mundo, pode ser conhecer lugares e culturas diferentes, mas o que efetivamente aprendemos com as viagens é mais sobre nós mesmos do que sobre os "estranhos" que encontramos. É em contato (e contraste) com outros costumes e valores que nos damos conta do que verdadeiramente nos identifica e, por extensão, nos define.
Isso não tem preço nem se encontra nos livros porque é uma experiência profundamente íntima e pessoal.

Um novo contrato social!


Esse livro é resultado de um trabalho criterioso e relativamente atual, publicado em 2021, sobre como as sociedades modernas devem e podem garantir um "contrato social" capaz de proteger os mais pobres e garantir o bem-estar das futuras gerações.
Em linhas gerais, sugere uma boa reflexão sobre as imperfeições/limitações do mundo real e suas implicações na forma como vivemos e nos relacionamos.