quarta-feira, 24 de julho de 2013

Um Danny Elfman romântico e atípico

Impossível!! Não dá pra acreditar que essa música belíssima, que transita entre o romântico e o melancólico, tenha sido escrita por Danny Elfman, compositor que acabou se especializando em trilhas sonoras de filmes de ação como Homem-Aranha, Batman, Homens de Preto e Missão Impossível, dentre outros. 
O score de "Sommersby" (1993), dirigido por Jon Amiel e estrelado por Richard Gere e Jodie Foster, acentua magistralmente a atmosfera sombria do filme, conduzindo com perfeição a história de John "Jack" Sommersby, o personagem misterioso de Richard Gere. 
É uma pena que Danny Elfman tenha se dedicado prioritariamente, nos anos seguintes, a filmes de ação, negligenciando sua indiscutível habilidade para musicar dramas românticos e delicados como esse sensível trabalho para "Sommersby".


Lembranças do meu pai

Com meu pai, no Dia dos Pais de 2007

Ainda às voltas com os pertences do meu pai (Pepe), que faleceu há dois meses, encontrei uma pequena foto que ele guardava há décadas, certamente com muito carinho, enviada por Alberto, um amigo de infância que lutou na II Guerra, logo após a vitória de nossos pracinhas sobre os alemães no Monte Castelo, Itália, em fevereiro de 1945. 
No verso, há a mensagem do amigo, que na época devia ter a idade do meu pai, em torno dos 20 anos, dando um testemunho emocionado da grande conquista de nossos combatentes naquela batalha que se tornaria histórica e motivo de orgulho para os brasileiros.
É possível que Alberto, a exemplo do meu pai, já não esteja mais entre nós, passadas quase 7 décadas do episódio. Se for esse o caso, espero que os dois tenham tido a oportunidade de se encontrar novamente, dessa vez no plano espiritual, relembrando os tempos da juventude e retomando os laços de amizade, provavelmente enfraquecidos pelo tempo e pelas circunstâncias da vida.

domingo, 14 de julho de 2013

Monumento Musical

Acabei de assistir no canal Cultura ao grandioso Requiem de Berlioz, executado por 2 orquestras e 4 coros, com a participação de centenas de músicos e cantores, sob a regência de Sir Colin Davis, falecido em abril deste ano.
"Lacrimosa" é a minha parte preferida da obra, romântica por excelência, que obviamente contraste bastante com a contida e derradeira composição de Mozart sobre o mesmo tema, escrita ainda no período clássico. Mas nem por isso é inferior. Seus 11 minutos são simplesmente arrebatadores.
O fato é que a obra completa, com duração de aproximadamente 90 minutos, é um verdadeiro monumento musical, figurando, com justiça, entre as composições mais conhecidas e conceituadas, não só de Berlioz, mas de todo o período romântico.
O vídeo abaixo contém cenas dos ensaios e o concerto completo, realizado em 2000 no Royal Albert Hall, em Londres, por ocasião do Festival BBC PROMS, evento anual de música clássica que já se tornou tradição (como quase tudo) na Grã-Bretanha.


sábado, 13 de julho de 2013

No Dia Mundial do Rock, uma singela celebração do gênero no cinema


No Dia Mundial do Rock (13 de julho), sugiro o filme "Quase Famosos" (2000), a simpática história de um adolescente de 15 anos que, em 1973, acompanha a turnê de uma banda de rock para escrever um artigo para a revista Rolling Stone. O filme, que oferece uma singela celebração do gênero e de seus protagonistas e fãs, por motivos que desconheço, não chegou a fazer sucesso por aqui.
Embora o rock tenha papel secundário em minha vida, gosto muito do filme, e assisto sempre que tenho oportunidade. Talvez por me identificar com o jovem personagem, meio desajeitado e com os mesmos 15 anos que eu, em 1973, que não mede esforços para escrever uma boa história. É possível.
O fato é que "Quase Famosos" é deliciosamente nostálgico. Fiquei emocionado com a epopeia do garoto, que cruza os EUA na companhia dos integrantes da banda, num verdadeiro rito de passagem da adolescência para a vida adulta. Temas universais como amizade, honestidade, sexo e amor permeiam a história do início ao fim, sempre tratados com muita sensibilidade. No final do filme, acabei envolvido por um inevitável sentimento de nostalgia, tentando resgatar em minha memória as lembranças daqueles já remotos anos dourados do rock ... e da minha vida.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Ignorância, preconceito e tragédia


Lendo a notícia sobre o arquivamento, na Câmara dos Deputados, do projeto que autoriza a "cura gay" no Brasil, lembrei do filme "Orações para Bobby", de 2009, dirigido por Russell Mulcahy (Highlander) e estrelado por Sigourney Weaver (Alien), indicada ao Globo de Ouro e ao Emmy pelo trabalho.
É uma história real, transformada originalmente em livro, que retrata o drama enfrentado por uma família religiosa e praticante, com a revelação de que o filho adolescente Bobby é gay. O filme, também indicado ao Emmy, fez sucesso provavelmente por tratar de um tema cada vez mais comum (ou revelado) na vida das famílias, sejam elas religiosas ou não.
O episódio retratado no filme talvez seja o mais trágico exemplo de como a ignorância e o preconceito podem ser tão destrutivos, até mesmo quando envolvem pessoas que se amam verdadeiramente.