terça-feira, 27 de maio de 2014

Torço por eles, torço pelo Brasil!



Tem sido emocionante conhecer as histórias de vida dos jogadores da seleção brasileira que o "Jornal Nacional" vem contando nas última semanas. De origem humilde, quase todos tiveram que superar carências de toda ordem na infância, incluindo perdas afetivas, até alcançar o sucesso de que desfrutam hoje, fazendo parte da seleção nacional, um sonho comum à maioria dos meninos brasileiros.
O que chama a atenção nas matérias, em particular, é o forte sentido de família revelado por muitos deles. Alguns, mesmo quando eram bem jovens, aproveitaram os primeiros salários para realizar o sonho da casa própria, assumindo até a responsabilidade pelo sustento de pais e irmãos, o que é admirável. E isso, em muitos casos, com menos de 20 anos, portanto, ainda recém-saídos da adolescência. 
Costumamos ver esses jogadores já consagrados em carrões que custam verdadeiras fortunas, revelando um estilo de vida nada condizente com suas origens. E não falta quem os critique por isso (eu mesmo já o fiz algumas vezes). Conhecendo, porém, a trajetória de cada um, fica mais fácil compreender tudo isso. E confesso que dá até vontade de torcer mais ainda para a seleção brasileira, para que cada atleta possa coroar sua comovente e bem-sucedida história de vida com a maior consagração que um jogador brasileiro pode alcançar na carreira, o título de campeão mundial de futebol jogando pela seleção nacional em seu próprio país. Torço por eles, torço pelo Brasil!


sábado, 24 de maio de 2014

Construindo o futuro



Artigo publicado no site da DW (link abaixo), canal internacional de TV da Alemanha, repercute discursos proferidos ontem, 23 de maio, no parlamento alemão (Bundestag), pelo presidente Joachim Gauck e pelo intelectual teuto-iraniano Navid Kermani, sobre a Lei Fundamental alemã (Grundgesetz), no ano em que a Constituição do país completa seu 65º aniversário. O texto propõe uma reflexão a respeito dos valores promovidos pela "Carta Magna" e de possíveis imperfeições, em especial nos artigos referentes à imigração e à concessão de asilo.
Na realidade, a construção de uma sociedade livre e democrática requer aperfeiçoamento constante. A Alemanha, ainda assombrada pelo ignóbil e desastroso passado recente, tem a vantagem (?!) de já saber o que não quer, ou o que precisa evitar. Talvez por isso seja mais fácil para os alemães saber onde querem chegar. E nós, brasileiros, que nação desejamos construir? Que valores perenes devemos cultivar no processo de consolidação de um modelo próprio de sociedade justa e compreensiva (não gosto da expressão tolerante) com a diversidade?



http://www.dw.de/opini%C3%A3o-%C3%A9-preciso-novo-patriotismo-constitucional-na-alemanha/a-17659057

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Gosto, mas não entendo!



Heloísa Fischer, editora responsável pela "Agenda VivaMúsica!", revista especializada em música clássica, aborda no editorial publicado na edição de maio a questão da apreciação da música dita erudita por ouvintes ou espectadores "leigos", ou que assim se consideram. Segundo ela, "gosto de música clássica, mas não entendo" é o comentário que mais ouviu ao longo de todo o tempo em que atua na área. No texto, a jornalista reitera a opinião, já externada em outras oportunidades, de que ninguém precisa entender de música clássica para apreciá-la.
Faz pouco tempo, uma amiga com quem comentei sobre o concerto que assisti recentemente na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, afirmou que, de uma maneira geral, também gosta de música clássica, mas que não entende nada do assunto. O encontro foi casual, eu tinha pressa e não estendi a conversa, mas fiquei intrigado com a observação, afinal, é possível alguém não entender algo que aprecia (ou vice-versa)? E o que significa entender música ou qualquer outra manifestação artística? 
Acredito que se alguém efetivamente gosta de uma sinfonia de Beethoven, ou de um quadro de Renoir, já está, em alguma medida e do seu jeito, entendendo a obra, ainda que eventualmente não disponha de conhecimento teórico para identificar os elementos (ou códigos) de sua construção e todo o universo de significados ali representados. Ou será que é mesmo necessário tudo isso para entender uma obra artística? 



segunda-feira, 5 de maio de 2014

Ignorância, preconceito e indignação


Mais um caso de racismo foi registrado ontem à tarde no futebol espanhol, no final do jogo do Levante contra o Atlético de Madrid.
Há atletas que reagem como Daniel Alves, do Barcelona, que pegou a banana, comeu e continuou jogando como se nada tivesse acontecido. Ótimo pra ele.
Mas há outros, como parece ser o caso do jogador do Levante (eu assisti ao vivo), que reagem com incontida indignação e revolta quando são alvos de manifestações estúpidas de racismo. Sentem-se, com justiça, humilhados e atingidos em sua dignidade, e o que é pior, impotentes diante de atos de violência praticados por covardes que se escudam no anonimato das arquibancadas e na tolerância da sociedade. Eles têm a minha mais sincera e profunda solidariedade.
O fato é que o racismo no futebol não é maior nem menor do que o racismo encontrado na sociedade. A única maneira de reduzi-lo drasticamente, em qualquer país ou instância das relações humanas, é por meio da educação. Enquanto houver preconceito, o que se combate ainda na infância, no ambiente familiar e nos bancos escolares, haverá discriminação. Apenas identificar e punir racistas é o mesmo que negligenciar a saúde e tratar da doença. É pouco e não resolve o problema.