sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O Menestrel de Deus


Há alguns domingos, resolvi ouvir a sinfonia nº 9 de Anton Bruckner, compositor austríaco cuja peculiar história de vida certamente daria um belo filme. Ao contrário de outros grandes músicos que desde muito cedo tiveram consciência de seu talento incomum, como Bach, Beethoven, Mozart, Mahler e Wagner, esse homem simples do campo, criado e educado por padres num mosteiro, passou a maior parte da vida implorando por atenção e reconhecimento, embora tenha produzido obras monumentais tidas hoje como verdadeiras catedrais sonoras, frutos de sua profunda devoção religiosa. 
Em Viena, para onde se mudou somente aos 44 anos, em 1868, Bruckner enfrentou o desprezo de colegas músicos e de críticos locais influentes. Muitos caçoavam do compositor por sua insegurança, postura servil e até mesmo pelo despojamento com que se vestia, pecado mortal numa Viena ainda imponente e imperial. Submisso, não raras vezes, o compositor efetuou alterações significativas em suas composições já concluídas, visando agradar a críticos e músicos mais experientes e conceituados.
Apesar disso, passados mais de 115 anos de sua morte, a importância do legado de Bruckner é reconhecida por todos os amantes da "boa música", dentre compositores, intérpretes e público em geral. Suas obras, em especial as três últimas sinfonias e o Te Deum, são impregnadas de sincera e intensa religiosidade e oferecem ao mundo um inegável testemunho de fé e amor a Deus. 
Para quem deseja conhecer mais a respeito de Bruckner, além da internet, há no mercado o livro "O Menestrel de Deus", de Lauro Machado Coelho, única obra sobre o compositor publicada no Brasil.

Anton Bruckner

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