terça-feira, 9 de novembro de 2021

Bruckner e Wand!

 

Finalmente, consegui na "Arquivo Musical" (única loja de clássicos do Rio) a sinfonia n.8 de Anton Bruckner (1824-1896) em sua versão original, com a Filarmônica de Berlim, sob a regência do mago Gunter Wand (1912-2002)
É minha quarta versão em cd dessa obra monumental capaz de quebrar a resistência até dos "detratores" do compositor, em especial o solene e "etéreo" terceiro movimento. Alguns dizem que aqui, nesse longo adágio, Wand teria incorporado o próprio Bruckner na condução da orquestra.
Seja como for, acho que jamais um regente compreendeu tão bem Bruckner como Wand. O andamento que imprime à performance das obras é único e possivelmente revelador do universo mais íntimo do compositor. E estou convencido de que justamente o emprego singular do "rubato" na condução das orquestras seja o segredo de Wand para extrair execuções tão arrebatadoras das sinfonias de Bruckner.
Nesse caso, a Filarmônica de Berlim inteligentemente se submete aos visionários caprichos do regente, que já atingia a idade de 89 anos durante a gravação, realizada em janeiro de 2001. Uma performance que foi eleita pela revista inglesa "Gramophone", especializada em música clássica, como a melhor gravação orquestral do ano e uma das 10 melhores gravações de obras de Bruckner em toda a história da indústria fonográfica.
Infelizmente, Wand morreria meses depois, aos 90 anos, mas deixando um legado inestimável para os amantes da música de Bruckner.

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