sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Pepe e Vila Isabel, um tardio caso de amor!


Na foto, Pepe (meu pai), ao lado de Martinho da Vila e de outros integrantes da Vila Isabel, pouco antes da entrada da escola na avenida. Ele passava o ano inteiro esperando por esse momento.
O amor pela "Vila" foi despertado quando mudamos para o bairro, há 40 anos, e só aumentou com o passar do tempo.
O ingresso na ala de compositores e, em seguida, no seleto grupo de beneméritos da escola não demorou muito. Pepe compunha fácil e até de madrugada. Precavido, já dormia com o gravador estrategicamente colocado ao lado da cama, na mesinha de cabeceira. Quando a inspiração surgia no meio da noite, acendia a luz, escrevia os versos e gravava tudo.
Em pouco tempo, passou a competir para a escolha do samba-enredo da escola, chegando à final por duas vezes. Não teve a chance, porém, de realizar o sonho de ouvir seu samba cantado na avenida.
Ao morrer, em maio de 2013, deixou um caderno com centenas de sambas. Um legado de valor apenas afetivo para a família, mas guardado com muito carinho.
Pepe, ou "Sombra da Vila", como gostava de ser chamado, ainda que modestamente, escreveu seu nome na história da tradicional escola do bairro de Noel Rosa, seu maior ídolo, homenageado em vários sambas que compôs.

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