sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Bruckner em Viena, uma história singular!


Há 125 anos, o mundo perdia Anton Bruckner (1824-1896), um dos compositores mais singulares da história da música, cujas obras e trajetória de vida mais me falam ao coração, ao lado de Beethoven e Sibelius.
Ao contrário de outros grandes músicos que desde muito cedo tiveram consciência (ou convicção) de seu talento incomum, como Bach, Beethoven, Mozart, Mahler e Wagner, esse homem simples e provinciano passou boa parte da vida "implorando" por atenção e reconhecimento, embora tenha produzido obras monumentais tidas hoje como verdadeiras "catedrais sonoras", frutos de sua profunda devoção religiosa.
Em Viena, para onde se mudou somente aos 44 anos, em 1868, Bruckner enfrentou o desprezo de colegas músicos e de críticos locais influentes, ainda que não lhe tenha faltado o apoio de muitos amigos, notadamente no final da vida, quando recebeu várias homenagens. Mas, na capital austríaca, detratores caçoavam do compositor por sua insegurança, postura servil e até mesmo pelo despojamento com que se vestia, pecado mortal numa Viena ainda imponente e imperial do século XIX. Submisso, não raras vezes, o compositor efetuou alterações significativas em suas composições supostamente já concluídas, visando agradar a críticos e músicos mais experientes e conceituados.
Apesar disso, passados 125 anos de sua morte, a importância do legado de Bruckner é reconhecida por todos os amantes da "boa música", entre compositores, intérpretes e público em geral. Suas obras, em especial as 3 missas e o "Te Deum", são impregnadas de sincera e intensa religiosidade e oferecem ao mundo um inegável testemunho de fé.

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