sexta-feira, 7 de maio de 2021

Legítimo sucessor!


No 188º aniversário de nascimento de Johannes Brahms (1833-1897), um bom motivo para lembrar do mestre alemão."Intimidado" pelo resultado obtido por Beethoven com sua última sinfonia, a "Nona", considerada, então, não só por Brahms, mas também por Wagner e outros grandes compositores da época, como a consumação do gênero e do período clássico, Brahms levou quase 20 anos para concluir sua primeira obra do gênero.
Depois da ousadia de Beethoven, incorporando, pela primeira vez, a voz humana numa sinfonia, o senso comum era de que não havia mais nada novo a dizer com uma sinfonia. A consagração alcançada pela monumental obra coral do mestre de Bonn atravessou o século XIX "calando" compositores e inibindo vocações. Diante disso, quem se atreveria a retomar o gênero após a "Ode à Alegria"?
A despeito de tudo isso, após longos 20 anos, Brahms resolveu seguir a tradição de Beethoven, a quem reverenciava, e finalmente, em 1876, aos 43 anos, ofereceu ao mundo sua primeira sinfonia, que recebeu críticas entusiásticas já na estreia, em Viena. A boa receptividade da obra encorajou o compositor a conceber outras 3 belas sinfonias, o que acabaria por transformá-lo no legítimo sucessor de Beethoven. O fato é que suas 4 sinfonias se estabeleceram solidamente no repertório clássico, alcançando grande prestígio desde sua morte em fins do século XIX.

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