quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Dilma, corrupção e risco de crise institucional!



Em defesa da democracia e do devido respeito ao resultado das urnas, não concordo com as frequentes manifestações na imprensa e nas mídias sociais pedindo o impeachment da Dilma. Tendo em vista, porém, as recentes entrevistas da presidente expressando ideias e opiniões em flagrante descompasso com os fatos ou a própria realidade, começo a desconfiar da capacidade política da Dilma (e do PT) para resistir à implacável oposição que a grande imprensa, os partidos adversários e boa parte dos cidadãos já empreendem e prometem intensificar nos próximos meses.
Ou a presidente promove urgentemente uma agenda positiva para o governo, com medidas eficazes de recuperação da economia e de apaziguamento e controle da base aliada no Congresso, ou o mandato poderá mesmo correr um sério risco de ser abreviado.
Caso o processo de impedimento da Dilma entre efetivamente na pauta das discussões políticas, temo que o Brasil atravesse uma séria crise institucional, considerando o crescente acirramento da polarização partidária em nosso país. É preciso lembrar que o quadro político que vivemos hoje é bem diferente daquele observado em 1992, por ocasião do impeachment do Fernando Collor, que já não dispunha de qualquer apoio parlamentar e muito menos (e mais grave) de uma militância aguerrida e vigilante em sua defesa, como a do PT de Dilma.
Por outro lado, a iniciativa de alguns petistas, inclusive da presidente, de transformar todos os políticos em "farinha do mesmo saco", ao apontar malfeitos cometidos também pelos tucanos, é uma tentativa cínica e intelectualmente desonesta de absolver todos os petistas (e governistas) envolvidos nos escândalos de corrupção na Petrobras que paralisam o país. Algo como, se todos fazem, ninguém é culpado!
É preciso ressaltar que há muitos brasileiros, entre os quais me incluo, que se opõem ao governo, mas não têm qualquer compromisso com a defesa do PSDB, nem têm dos tucanos procuração para defendê-los. Para esses, que fazem parte da "direita moralista", assim chamada por muitos petistas a parcela da sociedade que condena a corrupção, todos aqueles comprovadamente envolvidos nos casos de desvio de verbas públicas devem pagar por isso na forma da lei, e "doa a quem doer!", como costuma apregoar pateticamente a própria presidente da República.


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