domingo, 22 de setembro de 2013

Como se não houvesse amanhã


Quando chegamos a uma determinada idade (não necessariamente boa ou ruim), a tendência é idealizar o passado, como se tudo lá tivesse sido um paraíso, repleto de alegrias, o que, na maioria dos casos, sabemos que não correspondente à realidade. 
Acho que isso acontece porque, invariavelmente, lá no passado, quando éramos mais (ou bem) jovens, ainda nos permitíamos acalentar doces ilusões a respeito de nossas trajetórias de vida, com promessas de sucesso e realizações. Tínhamos uma vida inteira pela frente, uma verdadeira eternidade para cumprir nossos brilhantes destinos. 
Com o passar dos anos, quase todos acham que falta alguma (ou muita) coisa para se sentirem plenamente realizados, se é que isso, de fato, existe. Mas essa é apenas uma das maneiras de lidar com essa experiência. E talvez a pior delas! 
Se não é possível voltar no tempo, e se o relógio da vida nos pregou uma peça reduzindo, mas não eliminando, nossas chances, só nos resta inverter a lógica, vivendo cada dia como se fosse o último, mais ou menos como diz a letra da música do saudoso Renato Russo. E o amanhã pode ser encarado como prorrogação nesse jogo de final imprevisível.

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