sábado, 10 de novembro de 2012

Novamente, Palmeiras e Fluminense


Neste domingo, após 3 anos, Fluminense e Palmeiras se enfrentam novamente em jornada decisiva do campeonato brasileiro, só que agora em situações opostas. 
Em 2009, mais precisamente no dia 08 de novembro, o clube paulista, dirigido por Muricy Ramalho, era o líder do campeonato e jogava no Maracanã contra um Fluminense praticamente rebaixado. O tricolor ganhou de 1 a 0  e, a partir dali, o que se viu foi a queda vertiginosa do Palmeiras na competição, a ponto de perder até a vaga na Libertadores, e a histórica arrancada do Fluminense que o livrou do rebaixamento. 
A título de curiosidade, segue o comentário que enviei aos amigos naquela ocasião, relatando minhas emoções ao presenciar a partida no Maracanã, numa das raras vezes que compareci a um estádio de futebol nos últimos anos. 

Testemunhei ontem à tarde um dos espetáculos mais emocionantes a que já assisti em minha vida de torcedor de futebol. Desde que a televisão passou a transmitir jogos em abundância, em quase todos os dias da semana (e isso já faz muito tempo), deixei de me interessar pela ida aos estádios, prática da qual, na verdade, nunca fui muito adepto mesmo. O conforto proporcionado pela poltrona doméstica e, principalmente, a possibilidade rever o lance por vários ângulos, além da crescente violência dentro e fora dos campos de futebol, foram aos poucos me afastando da ideia de acompanhar de perto o time do coração.
Ontem, cumprindo uma promessa que fiz ao meu sobrinho no domingo passado, após a virada do Flu contra o Cruzeiro no Mineirão, fui com ele ao Maracanã para assistir ao jogo contra o Palmeiras, até então líder do campeonato. Logo no início me surpreendi com a quantidade de torcedores (67 mil) que, independentemente da situação em que o time se encontrava, compareciam ao estádio para apoiá-lo, na missão quase impossível de evitar o rebaixamento. Instantes antes do início do jogo, confesso que me emocionei bastante ao ver dezenas de milhares de torcedores formando um mosaico com as cores do clube. Mais tarde, ao longo da partida, foi possível perceber o amor e a entrega emocional dos torcedores, incentivando o time do início ao fim da partida, como que desejando entrar em campo para ajudar os jogadores. Ao final, foram (ou fomos) todos recompensados com a sofrida vitória, que mantém as pequenas esperanças de permanência da equipe na série A.
Do alto da minha presunção de ser um homem dominado pela razão e, portanto, isento de paixões clubísticas, reconheço que tudo que presenciei ontem serviu-me de enorme lição a respeito do que representa ser torcedor e amar um clube de futebol. É bem verdade que, embora tenha vencido o duelo, os resultados dos jogos da noite acabaram frustrando as expectativas criadas após o triunfo no Maracanã. Agora, o Flu precisa tirar 5 ou 6 pontos dos adversários diretos na luta contra o rebaixamento, o que costuma ser muito difícil faltando apenas 4 rodadas para o fim do campeonato. Mas nada disso apagará o belo espetáculo e as emoções que vivi. Agradeço, em especial, ao meu sobrinho Gabriel pela oportunidade que me ofereceu de aprender um pouco mais sobre o significado de amar um clube e doar-se por inteiro a ele, aconteça o que acontecer, esteja onde estiver. Com humildade, devo admitir que o belo sentimento que ele desenvolveu pelo Fluminense nesses poucos anos como torcedor do clube (tem apenas 19 anos), em algum momento de minha vida, lamentavelmente perdi ou deixei em plano secundário. O que me consola é que, de algum forma, posso me considerar um dos responsáveis por ele ter se tornado tricolor, um orgulhoso e autêntico tricolor.
Para finalizar, entendo que um clube que tem uma torcida como a do Fluminense, ainda numerosa, confiante e apaixonada, apesar dos vexames dos últimos anos, poderá resistir a tudo, até mesmo à incompetência dos dirigentes. Na verdade, a experiência de ontem à tarde comprovou perfeitamente que a torcida do Flu é seu maior patrimônio.

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