quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Entre a vocação autoritária e o anseio democrático.

 


Acabei de assistir, no canal "Curta!", ao documentário "Os Anos JK: Uma Trajetória Política".
Sinceramente, o que mais me entristece e envergonha no nosso país, na verdade, como brasileiro mesmo, não é nem a corrupção sistêmica, um "câncer" que corrói a confiança do povo nas instituições e nos poderes constituídos, mas a falta de tradição democrática, uma constatação óbvia ao estudar a história do Brasil nos últimos 200 anos.
Somos uma nação rica em recursos naturais e com uma extraordinária diversidade humana, uma rara combinação que nos confere um potencial enorme de produção de riquezas e de desenvolvimento econômico e social. Mas a vocação autoritária é uma praga que nos persegue por gerações. As ameaças ao Estado de Direito e à ordem democrática são frequentes ao longo da história, isso quando não estamos já mergulhados em regimes autoritários como foi no Estado Novo, de Getúlio, nos anos 1930, e na ditadura militar, entre 1964 e 1985.
Sempre que avançamos um pouco na tentativa de consolidação de um regime democrático, nossa vocação para o autoritarismo se manifesta em defesa do arbítrio e do retrocesso, como vimos emblematicamente no último dia 7 de setembro.
O estabelecimento de um Estado Democrático de Direito é, portanto, uma luta diária e também um enorme desafio que atravessa gerações no Brasil.
Parece que estamos definitivamente condenados a uma eterna luta entre a vocação autoritária e o anseio democrático.

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