quarta-feira, 28 de julho de 2021

Um alienígena lá em casa!

 


Esse filme, um clássico, se tornou inesquecível pra mim também por uma experiência pessoal.
Em 1979, por meio do intercâmbio da faculdade da minha irmã, recebemos lá em casa um jovem americano de seus 18 anos que veio ao Brasil para aprender português.
Mark, apesar da pouca idade, já chegou aqui falando alguma coisa do idioma. Adorava feijão com arroz e sempre se mostrou muito educado com todos. Confesso que, à época, ele fugia ao meu conceito sobre os americanos em geral. Aquela foi minha primeira lição sobre os cuidados que devemos ter com clichês e preconceitos. 
Em seu último dia lá em casa, Mark se despedia de todos justamente na hora em que eu saía para ver "Alien" no Cine Palácio, no Centro. Resolvemos ir juntos já que pegaríamos o mesmo ônibus. Durante a viagem, eu comentei que estava indo ao cinema. Como tinha tempo, ele decidiu me fazer companhia para conhecer uma sala de cinema no Brasil. Naquela época, o Palácio era um dos cinemas mais luxuosos do Rio. O carpete, lembro bem, era tão grosso que afundava o pé, sem contar a tela, uma das maiores da cidade. Era um tempo em que a Cinelândia ainda fazia justiça ao nome.
Antes da sessão, paramos num bar da Rua Nilo Peçanha para tomar uma cerveja de despedida, quando conversamos sobre as impressões que ele levava do Rio e um possível retorno ao Brasil no futuro.
Em seguida, já no cinema, ao entrarmos na sala de exibição, Mark, impressionado, perguntou se todos os cinemas do Rio eram como aquele. Não resisti e acabei respondendo que a maioria era porque queria que ele voltasse aos EUA com a melhor impressão do país. Depois do filme, nos despedimos ali mesmo, na porta do cinema.
Com o passar dos anos (não havia internet), minha irmã perdeu o contato com Mark e nunca mais o vi ou soube dele.
Ouvindo agora a belíssima trilha sonora do filme, lembrei desse episódio com Mark, certamente um jovem inteligente, curioso e de espírito aventureiro.
Espero que Mark, (se vivo, e espero que sim!) agora com seus 60 anos, venha tendo uma vida plena de realizações e que guarde boas lembranças da minha família, do Rio e do Brasil. E que ainda tenha com ele a bandeira do Brasil que lhe dei como recordação do país que o acolheu por alguns meses.

2 comentários:

  1. Essas memórias são ótimas de relembrar. E 1979 parece mesmo um outro mundo. Aliás, falando em Alien, o Século XX é outro planeta. Viemos de lá.rsrs Abração.

    ResponderExcluir
  2. Pois é, meu amigo, a idade chega e as lembranças acabam falando mais alto. Principalmente durante uma pandemia, quando o futuro parece ainda mais incerto!
    Um forte abraço!!

    ResponderExcluir