sábado, 11 de abril de 2015

O sentimento cristão em Bach, Handel, Goya e Velazquez



O "Te Deum de Dettingen", composto por Handel, em 1743, em homenagem à vitória dos ingleses sobre os franceses na batalha de Dettingen (Baviera), é uma das mais belas (e menos conhecidas) obras do compositor alemão, que emigrou ainda jovem para a Inglaterra. 
A música funciona como uma espécie de ação de graças (daí o nome "Te Deum") pela vitória do exército inglês, comandado pelo Rei George II. O cd acima é um dos mais preciosos de minha extensa coleção de clássicos. Além da excelente qualidade técnica da gravação (digital), as performances da orquestra English Consort e do coro da Abadia de Westminster, sob a direção de Simon Preston, são excepcionais, exprimindo toda a complexidade e exuberância da música barroca, ainda capaz de comover profundamente, após a passagem de quase 3 séculos.
Como assisti, nessa semana, ao concerto da "Missa em Si Menor" de Bach, cabe aqui um comentário sobre a comparação entre Bach e Handel, maiores mestres do período musical barroco, normalmente realizada por simpatizantes do gênero. Em minha opinião, pegando emprestadas as pinturas retratando o Cristo crucificado de dois artistas famosos, os espanhóis Velazquez e Goya, eu diria que as composições de Handel, habitualmente majestosa e de alto voltagem sentimental, se assemelha mais à representação teatral da famosa cena bíblica do quadro de Goya, enquanto Bach, com suas obras sacras, principalmente a "Missa em Si Menor" e as paixões de São Mateus e de São João, parece refletir com menor pompa e possivelmente maior sinceridade e realismo o sentimento cristão, o que o aproxima muito mais da crucificação de Cristo belamente representada na pintura de Velazquez. 
Bem, isso é apenas uma impressão pessoal! 

Francisco de Goya

Diego Velázquez

Nenhum comentário:

Postar um comentário