quarta-feira, 14 de maio de 2014

Gosto, mas não entendo!



Heloísa Fischer, editora responsável pela "Agenda VivaMúsica!", revista especializada em música clássica, aborda no editorial publicado na edição de maio a questão da apreciação da música dita erudita por ouvintes ou espectadores "leigos", ou que assim se consideram. Segundo ela, "gosto de música clássica, mas não entendo" é o comentário que mais ouviu ao longo de todo o tempo em que atua na área. No texto, a jornalista reitera a opinião, já externada em outras oportunidades, de que ninguém precisa entender de música clássica para apreciá-la.
Faz pouco tempo, uma amiga com quem comentei sobre o concerto que assisti recentemente na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, afirmou que, de uma maneira geral, também gosta de música clássica, mas que não entende nada do assunto. O encontro foi casual, eu tinha pressa e não estendi a conversa, mas fiquei intrigado com a observação, afinal, é possível alguém não entender algo que aprecia (ou vice-versa)? E o que significa entender música ou qualquer outra manifestação artística? 
Acredito que se alguém efetivamente gosta de uma sinfonia de Beethoven, ou de um quadro de Renoir, já está, em alguma medida e do seu jeito, entendendo a obra, ainda que eventualmente não disponha de conhecimento teórico para identificar os elementos (ou códigos) de sua construção e todo o universo de significados ali representados. Ou será que é mesmo necessário tudo isso para entender uma obra artística? 



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