quinta-feira, 9 de maio de 2013

A crise econômica e a "ressaca" espanhola


Acompanho atentamente os acontecimentos na Espanha desde a primeira visita que fiz ao país, em 1995, para conhecer meus primos de Barcelona. Nesse período, é notório que a Espanha experimentou uma fase de crescimento econômico invejável e sem precedentes em sua história recente. Esse enriquecimento, decorrente, em grande parte, do ingresso do país na União Europeia, em 1986, beneficiou a maioria da população, inclusive os mais pobres, propiciando fortes investimentos sociais (saúde, educação, infraestrutura etc) e uma melhor distribuição da riqueza nacional. Tudo que vi, li e ouvi em todos esses anos me leva a acreditar que a Espanha viveu até 2008, quando foi deflagrada a crise econômica que se estende até hoje, sua verdadeira "Belle Epoque". Foram anos consecutivos de prosperidade que mudaram o perfil do país, aumentando a qualidade de vida da população e atraindo legiões cada vez maiores de imigrantes, na maioria latinos e africanos, em busca de melhores oportunidades. 
Lamentavelmente, o que foi construído com grande esforço e dedicação pelas últimas gerações está sendo ameaçado com a continuidade da crise econômica. Lendo o noticiário, tenho a impressão (que os primos me corrijam se eu estiver errado) de que as atuais lideranças políticas não estão à altura do desafio que a Espanha enfrenta nesses tempos sombrios, o que pode comprometer seriamente seu futuro. Para piorar, o governo, na tentativa de superar a recessão e reduzir o déficit público, vem promovendo a cada ano cortes substanciais também no orçamento da educação, o que provocou a realização, hoje, de uma greve geral do setor em todo o país. 


2 comentários:

  1. Totalmente de acuerdo, primo. Los políticos no están a la altura del país, aunque desgraciadamente tampoco es todo culpa suya pues la austeridad viene impuesta desde Europa. No tenemos control sobre nuestra moneda y el Euro nos devora. Nuestra moneda tendría que valer la mitad del Euro o menos. No veo otra salida actualmente que romper la unión económica actual. Veremos qué ocurre en el futuro...

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  2. Javi, aqui no Brasil as coisas também não vão nada bem. O retorno da inflação e o crescimento abaixo das expectativas registrado nos últimos anos são sérios motivos de preocupação. Como eu havia comentado com você em sua visita no ano passado, o déficit educacional e a precária infraestrutura disponível no país são nossos maiores problemas. E, infelizmente, não vejo solução a curto prazo.

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