sábado, 18 de junho de 2022

Refugiados, imigrantes, "deslocados" e afins.

A quantidade de refugiados no mundo cresce de tal maneira que nos remete aos períodos mais sombrios da história. Por motivos diversos, incluindo desastres naturais, conflitos e perseguições (os mais comuns), legiões de habitantes do planeta abandonam suas regiões de origem em busca de paz e sobrevivência. Em resposta a isso, os países mais ricos fecham as fronteiras na tentativa de proteger sua prosperidade e modo de vida, construídos, em muitos casos, com a dedicação e a força de trabalho de gerações de imigrantes, tratados hoje com desprezo e indiferença.
O conjunto de nações precisa encontrar uma solução concreta para o sério problema humanitário envolvendo refugiados, cujo agravamento põe em xeque o próprio conceito de civilização que conhecemos.
A construção de muros separando nações, como propôs Trump em relação ao México, é uma medida que nos remete à Idade Média, quando muralhas eram erguidas em torno de castelos e núcleos urbanos para afastar povos inimigos, e condena populações carentes a uma vida miserável e, pior, sem esperança.
Não é razoável que, em pleno século XXI, as nações mais desenvolvidas não consigam lidar com o problema sem recorrer ao recurso egoísta de levantar muros para afastar indesejáveis.
Os mais recentes movimentos migratórios têm criado novas demandas para as nações recebedoras, gerando a necessidade de volumosos investimentos sociais, mas nada justifica a indiferença dos países mais ricos em relação ao destino de milhões de vítimas de conflitos ou da pobreza extrema como estamos vendo nos últimos anos.
Um mundo que se diz civilizado precisa aprender a compartilhar melhor suas riquezas, proporcionando aos seres humanos de quaisquer origens ou culturas a chance de buscar e encontrar a própria felicidade, seja lá o que isso efetivamente signifique para cada um de nós.
Vale dizer que sou neto de imigrantes (um português e uma espanhola) que chegaram aqui jovens e paupérrimos no início do século XX em busca, como tantos outros, de melhores condições de vida.
O contato mais recente com os primos espanhóis me permitiu ver minha própria trajetória de vida sob uma perspectiva histórica, da qual muito me orgulho.


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