O filme "Napola" relata a trajetória de Friedrich, um jovem alemão de 16 anos, que, contrariando o pai, resolve se inscrever numa escola militar, com o objetivo de garantir seu futuro.
Sensível e avesso às ideias nazistas, Friedrich enfrenta dificuldades para se adaptar ao rígido e desumano regime escolar, o que lhe traz sérios problemas.
É possível dizer que o mal que Hitler fez à Alemanha só não foi maior do que a barbárie que produziu contra judeus e minorias no período da II Guerra.
Não há registro na história moderna de um povo que tenha sido tão vil, bárbaro e desumano com os inimigos e com os próprios nativos opositores.
Na Alemanha nazista, corrompidos pelo regime, filhos delataram pais, vizinhos entregaram vizinhos e até pais, como mostra o filme, sacrificaram filhos em nome de uma infame ideologia supremacista.
Estou convencido de que, ainda por mil anos, gerações seguidas de alemães carregarão as cicatrizes dos ferimentos físicos, morais e espirituais provocados por aquele homem/fera e seus seguidores.
Por outro lado, outra grande tragédia nessa história toda é que, até hoje, quase 80 anos depois, à exceção dos casos isolados de atentados a Hitler já explorados pelo cinema, o mundo praticamente não tomou conhecimento daqueles alemães anônimos que perderam a própria vida na "resistência" diária ao nazismo. Homens e mulheres que lutaram pela herança de Beethoven, Bach, Brahms, Kant, Schopenhauer, Goethe, Nietzsche e tantos outros compatriotas que contribuíram para nosso processo civilizatório.
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