Eu já fui repórter de polícia...
Uma de minhas poucas matérias como estagiário de jornalismo foi a cobertura da prisão do "Lobisomem", um perigoso bandido que assombrava o Rio no final dos anos 1970.
Lobisomem estava detido na delegacia da Praça da Bandeira, para onde me dirigi rapidamente, acompanhado do fotógrafo do jornal.
Chegando lá, já havia uma dúzia de repórteres cercando o meliante. Com alguma dificuldade, consegui me aproximar dele, mas ainda sem saber que perguntas fazer em meio àquela gente toda muito mais experiente do que eu.
Foi então que, sem coragem de inquirir o próprio "Lobisomem", decidi aproveitar as perguntas dos "colegas", registrando cuidadosamente as respostas do bandido.
Voltei ao jornal ainda a tempo de redigir a matéria que seria publicada no dia seguinte, uma das situações mais tensas e constrangedoras que enfrentei na vida.
Ali eu vi que essa história de reportagem (ou apurar fatos) não era comigo.
Naquele mesmo estágio, entrevistei o juiz Francisco Horta no Tribunal de Justiça, por decisão própria, e fiz a cobertura da invasão do prédio da UNE, na praia do Flamengo, pela Polícia Militar, duas matérias das quais me orgulho até hoje, embora ambas bem "fraquinhas" por conta da minha inexperiência, mas encarar bandido em delegacia estava (e está) completamente fora de meu projeto profissional ou de vida!
Desde então, e ainda hoje, prefiro as crônicas ou o relato de histórias, como essa!
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