sábado, 15 de fevereiro de 2020

Bem perto da perfeição!

Herbert von Karajan tinha uma virtude que para muitos era um defeito. Buscava incessantemente a perfeição. 
Eu nunca vi/ouvi uma performance chegar tão perto da perfeição como na abertura de "Tanhauser", de Richard Wagner, executada nesse concerto pela Orquestra Filarmônica de Berlim no já longínquo ano de 1975. É possível perceber que os músicos permanecem compenetrados e concentrados exclusivamente na partitura, não havendo lugar para desvios de olhar, gracejos ou distração de qualquer espécie. E ai daquele que se atrevesse a isso, já que a gravação fora dirigida pelo próprio maestro, que, controlador e exigente como era, certamente se ocuparia de supervisionar a edição. Como ele gravava "para a posteridade", imagina o nível de controle que exercia sobre tudo!
Merecidamente criticado por sua omissão e cumplicidade com os nazistas durante a II Guerra, Karajan, porém, encarnava aquilo que eu considero pré-requisito básico para qualquer maestro. Dedicação, disciplina e até reverência absolutas na abordagem de uma obra musical!


Nenhum comentário:

Postar um comentário