domingo, 6 de maio de 2018

Brasil, um país do futuro?

Em tempo de grandes turbulências políticas (e também pessimismo), vale a pena ler "Brasil, um país do futuro", de Stefan Zweig, intelectual austríaco de sólida formação humanista que se deslumbrou com o Brasil em sua primeira visita ao país, na década de 1930. Ainda encantado com o Brasil, mas profundamente desiludido com o futuro da Europa e do mundo, o escritor tirou a própria vida em Petrópolis, onde passou seus últimos cinco meses, ao lado da esposa "Lotte" (que se matou com o marido), durante o desenrolar da II Guerra. Uma história trágica de um estrangeiro que acreditou no Brasil mais do que todos nós, em qualquer época.
O fato é que jamais nosso país foi descrito de maneira tão favorável (e até ufanista!) como vemos na Introdução desse livro de Stefan Zweig. Nem antes nem mesmo depois da primeira visita do escritor austríaco ao Brasil, em 1936.
Embora encontremos ali muitas de nossas reconhecidas qualidades, dentre elas as riquezas naturais e o convívio relativamente pacífico entre diversas nacionalidades e etnias, infelizmente, estamos longe de corresponder à gentil descrição que Zweig fez da gente e da nação brasileiras. Se vivo ainda fosse, o escritor, por certo, se envergonharia de ver o "oceano" de oportunidades que desperdiçamos nesses quase 100 anos para fazer desse país um reflexo, ainda que tímido, de tudo que ele generosamente vislumbrou.


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