terça-feira, 25 de março de 2025

Um pequeno (e singular) romance!

 

"Um Pequeno Romance" (1979), de George Roy Hill, é a "história de amor" de dois adolescentes (Lauren e Daniel) de classes sociais diferentes que se conhecem em Paris e resolvem empreender uma longa jornada para "consolidar" o romance.
Para isso, contam com a ajuda pouco ortodoxa de um idoso golpista (Laurence Olivier) que os inspira com suas histórias românticas e fantasiosas.
A inteligente e culta Lauren (Diane Lane em sua estreia no cinema), enteada de um empresário americano, se enamora de Daniel, jovem francês superdotado como ela e filho de um taxista.
Após um primeiro encontro casual em que revelam muitas coisas em comum, em pouco tempo as barreiras sociais são superadas. Logo, Lauren se vê caidinha por Daniel, que também acaba se rendendo aos encantos da menina e ao feitiço inocente do primeiro amor.
Por último, mas não menos importante, o filme conta com a bela e romântica trilha sonora de Georges Delerue, vencedora do Oscar de 1980.

O reflexo do artista em sua obra

Nesse livro, o renomado (falecido recentemente) regente japonês Seiji Ozawa revela ter sabido ali, no momento da entrevista, que Mahler e Freud foram contemporâneos, ignorando, portanto, que o compositor esteve no divã do psicanalista, um dos episódios mais conhecidos e emblemáticos da biografia de Mahler.
Que "escolhas" um regente faz ao conduzir uma sinfonia desconhecendo a biografia do compositor, ou aquilo que eventualmente o inspirou/motivou?
Aprecio particularmente as obras de Bruckner, Sibelius, Mahler, Beethoven, Nielsen e Wagner. Como leio tudo sobre eles, aprendi a ver/ouvir refletidas em suas composições as personalidades, as motivações e suas possíveis inquietações.
Como ignorar a surdez progressiva de Beethoven, a profunda fé cristã de Bruckner, o nacionalismo de Sibelius e Nielsen, a neurose obsessiva de Mahler e a megalomania de Wagner ao ouvir suas obras? Elas estão todas impregnadas de desejos, receios e emoções que marcaram a trajetória de vida desses compositores.
Não consigo conceber uma "compreensão" satisfatória dessas obras desprezando as biografias dos autores. Nem como ouvinte e muito menos como regente de uma orquestra.