quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Refugiados e a crise humanitária

 

Considero o tema dos refugiados e da imigração em geral o mais delicado da atualidade. Na Alemanha, onde estive algumas vezes nos últimos anos, percebi claramente um clima hostil à política de acolhimento de refugiados implementada por Angela Merkel em 2015. Espero que esse livro revele como o povo alemão vem lidando com o recente movimento migratório para o país.
A quantidade de "deslocados" no mundo cresce de tal maneira que nos remete aos períodos mais sombrios da história, incluindo as duas grandes guerras do século XX.
Por motivos diversos, incluindo desastres naturais, conflitos e perseguições (os mais comuns), legiões de habitantes do planeta abandonam suas regiões de origem em busca de paz e sobrevivência. Em resposta a isso, os países mais ricos fecham as fronteiras na tentativa de proteger sua prosperidade e modo de vida, construídos, em muitos casos, com a dedicação e a força de trabalho de gerações de imigrantes, tratados hoje com desprezo e indiferença.
O conjunto de nações precisa encontrar uma solução concreta para o sério problema humanitário envolvendo refugiados, cujo agravamento põe em xeque o próprio conceito de civilização que conhecemos.
A construção de muros separando nações, como propôs Trump em relação ao México, é uma medida que nos remete à Idade Média, quando muralhas eram erguidas em torno de castelos e núcleos urbanos para afastar povos inimigos, e condena populações carentes a uma vida miserável e, pior, sem esperança.
Não é razoável que, em pleno século XXI, as nações mais desenvolvidas não consigam adotar medidas que atenuem o problema sem recorrer ao recurso egoísta de levantar muros para afastar indesejáveis.
Os mais recentes movimentos migratórios têm criado novas demandas para as nações recebedoras, gerando a necessidade de volumosos investimentos sociais, mas nada justifica a indiferença dos países mais ricos em relação ao destino de milhões de vítimas de conflitos ou da pobreza extrema como estamos vendo nos últimos anos.
Um mundo que se diz civilizado precisa aprender a compartilhar melhor suas riquezas, proporcionando aos seres humanos de quaisquer origens ou culturas a chance de buscar e encontrar a própria felicidade, seja lá o que isso efetivamente signifique para cada um de nós.

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